Sérgio Pena chefia Laboratório de Genômica na Medicina


11 de fevereiro de 2011


Doenças de alta incidência na população, como hipertensão, aterosclerose e até mesmo o câncer, poderão ser prevenidas e tratadas com mais precisão, a partir de informações genéticas contidas no DNA. Um futuro que pode ser vislumbrado antes do que se imagina, a partir de pesquisas que serão realizadas no Laboratório de Genômica, recém-implantado na Faculdade de Medicina da UFMG.

O Laboratório é chefiado pelo professor Sérgio Danilo Pena, um dos cientistas responsáveis pelo primeiro sequenciamento de genoma realizado no Brasil, iniciado em 1992, com participação determinante do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG. “Agora, quero ser a primeira pessoa a usar o genoma na clínica”, afirma. Ele explica que numa região com alta incidência de determinada doença, por exemplo, o genoma de uma pessoa não infectada poderá ser a chave para se desenvolver a prevenção, ou até mesmo a cura.

GENOMA MAIS ACESSÍVEL

Apesar da complexidade do genoma, uma rede formada por mais de três bilhões de letras presentes no código químico do DNA, seu processo de mapeamento está mais rápido e acessível, do ponto de vista econômico, na avaliação de Sérgio Pena. “O primeiro genoma começou a ser sequenciado em 1989, terminou em 2003, e custou três bilhões de dólares. Hoje, um genoma pode ser feito em menos de um mês, ao custo médio de 14 mil dólares. Em breve, isso será possível com apenas mil dólares” , prevê.

O geneticista acredita que, dentro de cinco a dez anos, o genoma será amplamente oferecido nos laboratórios privados. “O grande diferencial será a leitura do genoma, a capacidade de selecionar informações importantes para a Medicina, que é justamente a proposta inovadora do Laboratório de Genômica da Faculdade”, afirma.

Nesta primeira fase, o laboratório vai se concentrar em aprimorar softwares científicos já usados no mapeamento do genoma, e no desenvolvimento de novos programas com essa finalidade. Num segundo momento, a proposta é selecionar pacientes atendidos nos ambulatórios do Hospital das Clínicas da UFMG, fazer o sequenciamento do DNA dessas pessoas, e usar esse material para a realização de novas pesquisas.