UFMG mantém bônus e muda cálculo da nota do Enem


04 de maio de 2012


A UFMG anunciou na manhã desta sexta-feira, 4 de maio, a decisão de manter o sistema de bônus sociorracial para o Vestibular UFMG 2013, com algumas alterações. Os alunos que, na edição 2013 do Vestibular comprovarem ter cursado os últimos sete anos no ensino público, passam a receber 5% de bonificação e os que, além desta comprovação, se autodeclararem negros ou pardos, terão acréscimo de 7,5%.

A política de bônus da UFMG foi instituída em 2008, quando os candidatos oriundos de escolas públicas teriam bônus de 10%, e, caso se declarassem negros ou pardos, esse percentual subiria para 15%. O percentual foi aplicado nos vestibulares de 2009 e 2010, mas época o Enem não era utilizado pela UFMG como forma de ingresso na primeira etapa do vestibular. Esse cenário se alterou em 2011 com a adesão da Universidade ao Enem. O complicador era que a aplicação do bônus sobre as notas do Enem geraria uma distorção, ampliando de forma artificial o percentual de alunos bonistas que ingressariam na UFMG. Para corrigir essa distorção, a Universidade adotou uma fórmula matemática – um polinômio – que foi usado nos vestibulares de 2011 e 2012.

Em 2008, por ocasião da aprovação da política de bônus, ficou estabelecido que a revisão dessas regras ocorreria somente em 2012, passando a valer para o vestibular de 2013. Assim, nos vestibulares de 2009 a 2012, as regras não poderiam ter sido alteradas, ou seja, os percentuais de 10% e 15% teriam que ser obedecidos. Este ano, a UFMG poderia ter revisto a política de bônus. Porém, na reunião do Conselho Universitário, foi aprovada a manutenção da atual política (33% de bonistas aprovados no vestibular), com a mudança apenas do critério formal de cálculo, substituindo o polinômio por uma equação simples (regra de três). Sem o uso do polinômio, os percentuais foram reduzidos para 5% e 7,5%, sem que a meta de 33% de bonistas seja alterada.

“Esta mudança de percentuais não significa redução no número de bonistas que entram na UFMG. A mudança é necessária por causa da alteração no cálculo de transposição da nota do Enem para a UFMG, que não usará mais o polinômio. A universidade vai manter a política de bônus no mesmo patamar de 2009. Do total de aprovados no Vestibular UFMG, 30% devem continuar correspondendo aos beneficiados pelo bônus”, explicou a pró-reitora de Graduação da UFMG, Antônia Aranha. “Para quem vai fazer o vestibular na prática não mudou nada porque a política de inserção de um terço de bonistas do total de aprovados está mantida”, acrescentou.

Para Antônia Aranha, o polinômio foi pensado, desde seu início, como medida pontual, e seu objetivo era manter o equilíbrio entre a nota obtida pelos bonistas e os não bonistas. Segundo ela, a utilização dessa equação foi válida nos dois últimos anos, por causa do Enem, mas agora, para aprimorar a seleção, optou-se por uma nova maneira de cálculo.

A coordenadora da Copeve Vera Resende salientou que as mudanças não alteram a política de inclusão social empreendida pela universidade nos últimos processos. “Não haverá prejuízo para nenhuma das partes envolvidas no vestibular. A política continua sem alteração”, aponta a coordenadora.

Na segunda etapa não haverá nenhuma alteração no sistema de bônus. O percentual continua sendo 10% para estudantes de escola pública e 15% para os alunos de escola pública que se declararem negros ou pardos.

A reunião do Conselho Universitário ocorrida ontem, 3 de maio, com o intuito de discutir o sistema de bônus utilizado pela UFMG já estava prevista no artigo 5º da Resolução 03 de 15 de maio de 2008 http://www.ufmg.br/boletim/bol1615/5.shtml

(Assessoria de Imprensa da UFMG)