Pró-reitor analisa pesquisa biomédica em Seminário


15 de maio de 2008


Como parte da programação dos Seminários de Pesquisa, o Pró-reitor de Pesquisa, professor Carlos Alberto Pereira Tavares (foto), do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG (ICB)apresenta na próxima segunda-feira, 19 de maio, a palestra: “A pesquisa biomédica na UFMG”.

O evento, com entrada franca e aberto ao público, promovido pelo Centro de Pesquisa (CPq) da Faculdade de Medicina, acontece a partir das 12h30, na sala 22.

O objetivo dos seminários, segundo seu organizador e coordenador do CPq, professor Marco Aurélio Romano-Silva, é divulgar e integrar os estudos realizados na Faculdade, promover o encontro entre os protagonistas das diversas iniciativas de pesquisa na área da saúde, e permitir o amplo acesso às discussões e aos benefícios que delas resultam.

Raízes do brasileiro

O professor Sérgio Danilo Pena (foto 2) foi o palestrante convidado desta semana (Dia 12) pelos Seminários de Pesquisa. Ele apresentou os resultados de seus estudos sobre Côr e Ancestralidade Genômica no Brasil”, realizados desde 1995 e que continuam. “A categoria de brancos, pretos e pardos, não faz sentido do ponto de vista biológico. Somente pelo ponto de vista político e social”, concluiu.

Segundo o pesquisador, reconhecido internacionalmente pela excelência de suas pesquisas científicas na área, o perfil de negros, brancos e índios no Brasil é muito semelhante, tanto a partir de análise fenotípica quanto genética, o que em geral coincide com a autodeclaração dos indivíduos de uma mesma área. Foram apresentadas várias formas de observação, inclusive considerando-se evidências e fatos históricos, aliados aos mais recentes exames de mapeamento genético.

Do mesmo departamento que Carlos Alberto Tavares, do ICB, Sérgio Pena afirmou ainda que no Brasil a divisão entre brancos, pardos e pretos, “que é a divisão clássica do IBGE, e que tem sido usada para fins sociológicos e políticos, tem muito pouca correlação médica, por causa da baixa correlação que existe em nosso País entre o genoma da pessoa e sua aparência física”.

Basta dizer que o genoma de uma pessoa tem cerca de 25 mil gens e que nossa aparência física é definida por 20 gens. Logo, este fenótipo reflete pouco o todo do genoma. “Da mesma forma que vários veículos de mesma marca e modelo, ainda que de cores diferentes, são todos da mesma marca e modelo”, exemplifica.

E conclui: “Não se pode dizer quanto do genoma de uma pessoa é africano ou europeu pela cor dele. Da mesma maneira, não é possível se determinar qual a cor da pessoa observando-se seus gens”.

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Redação e fotos:
Marcus Vinicius dos Santos – Jornalista
Foto do Prof. Carlos A. Tavares: Foca Lisboa – Cedecom/UFMG