Cortar feijão da dieta pode aumentar em 20% a chance de se desenvolver obesidade, mostra estudo


13 de fevereiro de 2023


Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da UFMG revela que deixar de comer feijão está associado ao ganho de peso. O estudo mostrou que o grupo que não consumiu o produto teve 10% mais chances de desenvolver excesso de peso e 20% mais chances de desenvolver obesidade. Por outro lado, o consumo regular de feijão, em 5 ou mais dias da semana, apresentou fator de proteção no desenvolvimento de excesso de peso (14%) e obesidade (15%).

Para a coleta de dados foram utilizadas informações do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Os dados de mais de 500 mil adultos foram acompanhados entre os anos de 2009 e 2019, por meio de entrevistas por linha telefônica fixa.

A frequência de consumo semanal de feijão foi fragmentada em indicadores: não-consumo (0 dias por semana), baixo consumo (1 a 2 dias por semana), consumo moderado (3 a 4 dias por semana) e consumo regular (5 a 7 dias por semana). A análise mostrou que o consumo regular de feijão é o mais indicado para um bom estado nutricional. 
ConsumoOutra linha da pesquisa observou o consumo do item ao longo dos anos de 2007 a 2017 e identificou uma tendência preocupante. A previsão é que em 2025 o brasileiro deixe de comer feijão de forma regular e tradicional. Na análise por sexo, constatou-se que desde 2022 as mulheres já compõem majoritariamente os grupos de consumo inferiros ao regular. Para os homens, a estimativa de alteração é no ano de 2029.
Conforme explica a pesquisadora Fernanda Serra, a substituição dos alimentos naturais ou minimamente processados por ultraprocessados modifica o perfil alimentar da população, trazendo uma piora na qualidade da dieta. “A mudança de perfil alimentar se deve a praticidade que os ultraprocessados oferecem ao dia a dia. Então, pela falta de tempo, muitos optam por produtos prontos ou fáceis de serem preparados”, pontua Fernanda.

Leia a matéria completa no site da Faculdade de Medicina da UFMG.