Professoras do PPG Saúde Pública estão entre cientistas que mais influenciam decisões no mundo

Relatório Bori-Overton lista os cientistas do Brasil que mais influenciam decisões no mundo e, dentre eles, estão as professoras Waleska Caiaffa e Deborah Malta.


06 de novembro de 2025 - , , , ,


Professoras Waleska Caiaffa e Deborah Malta. Foto: CCS / Faculdade de Medicina da UFMG

Cada vez mais, cientistas são cobrados para que suas pesquisas tenham impacto direto na sociedade. Agora, isso já é mensurável: 107 pesquisadores brasileiros estão entre os mais citados em documentos que embasam tomadas de decisão mundo afora. Dentre esses, encontram-se as professoras Waleska Caiaffa e Deborah Carvalho Malta, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG.

Os dados são de um relatório inédito fruto da parceria entre a Bori e a Overton, maior plataforma internacional dedicada a mapear a interface entre ciência e políticas públicas. 

Para chegar à lista, Bori e Overton identificaram pesquisadoras e pesquisadores brasileiros mencionados em documentos estratégicos, relatórios técnicos e pareceres usados por governos, organismos internacionais e organizações da sociedade civil — cada um com pelo menos 150 citações. Assim, foram mapeados 107 cientistas. O levantamento mostra que a produção desses pesquisadores embasou mais de 33,5 mil documentos de políticas públicas publicados desde 2019.

Juntos, esses cientistas ilustram a capacidade da pesquisa brasileira de dialogar com desafios globais — da nutrição à urbanização — e de gerar evidências que moldam decisões públicas dentro e fora do país. “Compreender quais cientistas influenciam as políticas — e quem está faltando nessa conversa — é essencial para fortalecer a tomada de decisão baseada em evidências”, diz Euan Adie, fundador e diretor da Overton.

Os dados também evidenciam desigualdades. Há baixa presença de mulheres entre os pesquisadores do Brasil que mais influenciam políticas públicas: das 107 pessoas mapeadas, apenas 22 são mulheres (20,5%). 

Além das duas professoras, outros três professores da UFMG estão na lista. São eles Britaldo Soares-Filho, Lucas Guimarães Abreu e Raoni Rajão.

Sobre as professoras

Waleska Caiaffa

Foto: CCS / Faculdade de Medicina da UFMG

Waleska Teixeira Caiaffa é médica, professora titular de epidemiologia e saúde pública da Faculdade de Medicina da UFMG e líder do Grupo de Pesquisa em Epidemiologia/Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte (OSUBH-GPE). Pesquisadora 1B do CNPq, tem mestrado em Saúde Pública (saúde internacional e epidemiologia) pela Johns Hopkins University (JHU)- Bloomberg School of Public Health, doutorado pela Universidade Federal de Minas Gerais e pós-doutorado na JHU.

Foi presidente da International Society for Urban Health (ISUH) da New York Academy of Medicine, de 2011 a 2014, quando presidiu a 10ª Conferência Internacional de Saúde Urbana (ICUH), em 2011 em Belo Horizonte, Brasil. Além de membro do Comitê Diretivo do Instituto Internacional de Saúde Global da Universidade das Nações Unidas (IIGH-UNU), em Kuala Lumpur, Malásia, de 2015 a 2019.

É editora associada do Journal of Urban Health e do jornal Cities and Health. Atua principalmente nos temas: saúde urbana; determinantes sociais da saúde com foco na área urbana; avaliação de intervenções urbanas na saúde das populações (originárias ou não do setor saúde); doenças transmissíveis como dengue, COVID-19 e outras, não transmissíveis e uso de drogas no contexto urbano.

Deborah Carvalho Malta

Foto: CCS / Faculdade de Medicina da UFMG

Professora Titular e pesquisadora da Escola de Enfermagem da UFMG, bolsista de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq 1), Pesquisadora da FAPEMIG e professora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG. Possui Pós-Doutorado pela Universidade Nova de Lisboa – Instituto de Higiene e Medicina Tropical em Avaliação em Saúde, Doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas (2001), Mestrado em Saúde Pública/ Epidemiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais, Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora, residência médica em Pediatria e Medicina Social.

Trabalhou como Coordenadora Geral e diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde, Ministério da Saúde por 12 anos e coordenou pelo Ministério da Saúde, inquéritos nacionais como a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE 2009, 2012, 2015), Vigilância de Fatores de Risco por Inquéritos Telefônicos (Vigitel) entre 2006 a 2015, Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), Vigilância de Acidentes e Violências (VIVA 2005 a 2014). Coordenou o “Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022”.

Compõe o comitê científico do Global Burden of Disease (GBD) em Seattle, Estados Unidos desde 2016, e coordena o Grupo de Pesquisa do GBD Brasil desde 2018 e o Observatório de Doenças e Agravos Não Transmissíveis. Membro do WHO Strategic and Technical Advisory Group on the Prevention and Control of Noncommunicable Diseases (WHO/STAG 2024- 2025) e do PAHO/WHO Strategic Advisory Group on Noncommunicable Diseases and Risk Factors (SAG-NCDs) (2024- 2026), coordena o CGI de Fatores de Risco e Proteção da Rede de Indicadores em Saude – RIPSA. Especialista em Saúde Coletiva, atuando principalmente nos seguintes temas: epidemiologia, vigilância de doenças crônicas não transmissíveis, vigilância de acidentes e violências, promoção da saúde, avaliação de serviços e saúde suplementar.


Com informações Bori Agência