Sérgio Pena fala de raízes ancestrais do brasileiro


09 de maio de 2008


Dentro da programação dos Seminários de Pesquisa, o professor Sérgio Danilo Junho Pena, do Departamento de Bioquímica do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, ICB, apresentará a palestra “Raízes ancestrais do povo brasileiro“. o evento acontece na próxima segunda-feira, 12, a partir das 12h30, na sala 22.

O palestrante vai abordar questões relativas a duas de suas principais linhas de pesquisa, a diversidade genômica humana e a formação e estrutura da população brasileira.

Em artigo publicado na internet, o professor Sérgio Pena argumentou, por exemplo, que “Biologicamente, a raça é usada como um sinônimo de subespécie e caracterizada pela existência de linhagens evolutivas distintas dentro das espécies”. Desta forma, ele avalia, a presença de diferenciação genética é uma condição necessária mas não suficiente para a definição de subespécies ou raças.

“Na prática, a diferenciação genética é mensurada comparando a variabilidade entre indivíduos dentro das raças com a variabilidade entre as raças. Como no Homo sapiens a variabilidade dentro das chamadas “raças” (grupos continentais) representa 93% a 95% da variabilidade genética total, caracteriza-se assim a ausência de diferenciação genética e, conseqüententemente, a inexistência de raças humanas”, esclarece.

Ele ensina ainda que, por outro lado, a palavra raça também denota categorias socialmente definidas. “A inexistência de raças do ponto de vista biológico não impede a ocorrência do racismo, já que este depende somente da existência de “raças” como construções sociais. Esta diferença entre os dois sentidos da palavra “raça” é sutil. (…) Mas ela é importantíssima (…). Em brilhante opinião contrária, o ministro Maurício Corrêa defendeu uma interpretação “teleológica e sistêmica” da Constituição Federal, afirmando que a genética baniu de vez o conceito tradicional de raça e que a divisão dos seres humanos em raças decorre de um processo político-social originado da intolerância dos homens”, relata.

O evento, organizado pelo Centro de Pesquisa da Faculdade de Medicina da UFMG (CPq), tem entrada franca e é aberto ao público em geral. O tema do seminário da segunda-feira, 19, será “A pesquisa biomédica na UFMG”, proferida pelo professor Carlos Alberto Pereira Tavares, pró-reitor de Pesquisa da UFMG.

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