Vícios de refração na infância estão pouco associados a sintomas

Programa de rádio é dedicado aos erros refrativos, casos da miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Mitos e verdades sobre a saúde dos olhos também é destaque.


16 de janeiro de 2015


Programa de rádio desta semana é dedicado aos erros refrativos, casos da miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia

saudecomcienciaMuitas crianças, principalmente as que correspondem à faixa etária entre zero e cinco anos, não apresentam sinais diretos dos vícios de refração – distúrbios da visão por uma alteração dos meios refrativos do olho, como a córnea e o cristalino, geralmente associados a causas genéticas. E como os pequenos podem não reclamar da baixa visão, é importante que eles sejam examinados nos primeiros anos de vida, principalmente se há casos graves de miopia, hipermetropia ou astigmatismo na família. A presbiopia, também conhecida como vista cansada, acomete somente pessoas adultas.

De acordo com o oftalmologista pediátrico e coordenador do setor de baixa visão da criança do Hospital São Geraldo, Galton Vasconcelos, crianças que apresentam erros de refração, em geral, caem ou se desequilibram mais facilmente e costumam apresentar rendimento escolar abaixo da média, além de se aproximarem muito de objetos ou não demonstrarem interesse por eles.

“Saindo um pouquinho da infância, já no período escolar, na adolescência, pode haver uma sintomatologia. Primeiro sinal é a baixa visão, seja de longe ou de perto, conforme o tipo de defeito refracional. Alguns astigmatismos mais altos geram certo mal estar, as miopias e hipermetropias não”, acrescenta Vasconcelos. Por outro lado, dores de cabeça nessa fase da vida, normalmente, não é um sintoma relacionado.

Conheça os vícios refrativos que acometem crianças

Projeções das imagens em olhos que apresentam vícios refracionais. Crédito das ilustrações: drauziovarella.com.br

Projeções das imagens em olhos que apresentam vícios refracionais. Crédito das ilustrações: drauziovarella.com.br

No caso da miopia, o olho é mais alongado do que o normal, gerando um excesso de foco que faz com que a imagem caia na retina antes do ponto de melhor visão. Sendo assim, o olho míope não enxerga bem de longe. Já na hipermetropia, o olho é menor do que deveria ser, trazendo dificuldades para o cristalino focalizar na retina os objetos colocados próximos ao olho. Com a projeção da imagem depois da retina, falta foco e a visão de perto é prejudicada.

“Geralmente, as miopias têm um curso progressivo durante a vida, entre um e vinte anos, ao contrário da hipermetropia, que tende a diminuir com o crescimento. Uma criança que nasce com muita hipermetropia, eu diria que vai haver redução a partir dos seis, sete anos, até a adolescência. Tanto o aumento da miopia, quanto a diminuição da hipermetropia, ocorrem devido ao crescimento dos tecidos do rosto e do próprio olho”, afirma o especialista.

Por fim, no astigmatismo as curvaturas corneanas do olho são diferentes e, com isso, a imagem é formada em planos distintos, causando uma distorção. A tendência é que a pessoa tenha a visão embaçada tanto pra longe quanto pra perto.

Tratamento

Galton Vasconcelos recomenda, para tratar os vícios de refração, correção com óculos ou lentes de contato. “A primeira correção que deve ser feita, em qualquer idade, são os óculos. Em segundo lugar, as lentes de contato e depois vem os outros métodos mais modernos, caso de uma cirurgia”.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência, que apresenta a série Saúde Visual: Vícios de Refração entre os dias 19 e 23 de janeiro de 2015, é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. De segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h05, ouça o programa na rádio UFMG Educativa, 104,5 FM. Ele também é veiculado em outras 93 emissoras de rádio, que envolvem as macrorregiões de Minas Gerais e os seguintes estados: Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.