Quais são os exames realizados pelo Tecnólogo em Radiologia? Conheça alguns deles
Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética são alguns exames.
08 de novembro de 2018
No Dia do Tecnólogo em Radiologia, conheça alguns exames realizados por esse profissional.
*Raíssa César
O Tecnólogo em Radiologia é o profissional que atua nas diferentes áreas do diagnóstico por imagem e radioterapia. Nesta quinta-feira, 8 de novembro, comemora-se o dia desse profissional, em referência ao dia em que o físico Wilhelm Conrad Roentgen descobriu os Raios-X, em 1895.
Alguns exames de imagem realizados pelo tecnólogo são a Tomografia Computadorizada, a Ressonância Magnética, a Densitometria Óssea, a Radiografia e a Mamografia. Professores do Departamento de Anatomia e Imagem da Faculdade de Medicina da UFMG explicam o funcionamento e a indicação desses exames. Confira a seguir:
Radiografia
De acordo com a professora Luciana Batista Nogueira, a radiografia é a área da radiologia com maior fluxo de exames de imagens, uma vez que se trata de um método mais simples e de menor custo em relação a outras modalidades da radiologia.
Além disso, o exame de raios-x é o mais antigo dentre os exames de imagem. Ele é indicado em diversas situações e para examinar muitas partes do corpo, como fraturas e infecções em ossos e dentes, alguns tipos de cânceres, artrite, vasos sanguíneos bloqueados na região do tórax, coração aumentado, entre outros.
A professora Críssia Carem Paiva Fontainha acrescenta que é importante que o paciente esteja atento às informações sobre seu exame. Isso porque alguns deles requerem preparo do paciente desde o dia anterior ao exame como o preparo intestinal.
“Se não forem observadas, com atenção, as instruções dadas para o preparo do exame, haverá exposição desnecessária aos raios X, porque na imagem não aparecerá as estruturas de interesse ao médico para o diagnóstico, como por exemplo, quando há presença de gases”, conclui.
Mamografia
A mamografia é indicada para detectar câncer de mama em estágios pré-invasivos. De acordo com a professora Talita de Oliveira Santos, ela é considerada o método padrão-ouro, pois é capaz de mostrar as estruturas importantes para o diagnóstico com relativa simplicidade e relação custo-efetividade elevada.
Talita explica que o exame pode ser realizado por meio de dois processos: o convencional e o digital. “Nos dois métodos, é necessária a compressão da mama a fim de torná-la mais uniforme, de trazer as estruturas mais perto do receptor de imagem, de diminuir a dose de radiação, de diminuir o movimento e a falta de nitidez, de aumentar a resolução de contraste e de separar estruturas mamárias que possam estar sobrepostas”, acrescenta.
Já a professora Críssia Carem esclarece que o exame de mamografia também é feito em pacientes com prótese de silicone e em indivíduos do sexo masculino. No primeiro caso, Críssia explica que o profissional deve aplicar uma técnica específica.
Já no caso de homens, a parcela dos que precisam fazer o exame é bem pequena. “Quando há indicação médica, o homem realiza a mamografia, e se houver algum achado importante, o médico pode pedir para investigar as mulheres da família. A mamografia do homem é feita no mesmo equipamento que se realiza as das mulheres”, informa.
A professora também destaca que é importante lembrar de levar o exame de mamografia anterior, caso já tenha sido realizado, para que o médico consiga fazer a entre eles. Esse comparativo ajuda na análise das imagens.
Tomografia computadorizada
Segundo o professor Giovanni Antônio Paiva De Oliveira, a Tomografia Computadorizada foi introduzida no radiodiagnóstico em 1972. Desde então, tem-se desenvolvido rapidamente, tanto em termos de desempenho técnico quanto no uso clínico. “Esse exame obtém informações de elevada confiança, acerca de todas as partes do corpo humano, praticamente sem artefatos de movimento provenientes dos movimentos peristálticos e respiratórios do paciente”, esclarece.
O exame pode ser indicado para analisar os órgãos do tórax e do abdome, por exemplo, permitindo o diagnóstico de infecções, tumores ou complicações cirúrgicas. O aspecto negativo da tomografia computadorizada, segundo Giovanni, é a utilização da radiação ionizante, que aumenta o risco de efeitos prejudiciais à saúde, em especial nos pacientes pediátricos.
De acordo com o professor Pedro Augusto Lopes Tito, as radiações ionizantes podem causar lesões das células e dos tecidos, alterando o funcionamento e o mecanismo de multiplicação das células. Essas alterações podem ser base para a geração de um câncer futuro.
Já a ressonância magnética, ao contrário da tomografia, não emprega radiação ionizante.
Ressonância magnética
A ressonância é um método de diagnóstico por imagem que envolve a aplicação de um elevado campo magnético. “O intenso campo magnético envolvido exige cuidados em relação aos dispositivos eletrônicos implantáveis, como próteses auditivas ou marca-passos, ou outros materiais metálicos cirúrgicos, como clipes de aneurismas, próteses vasculares ou de valvas cardíacas”, orienta o professor Pedro Augusto Lopes Tito.
O exame é geralmente mais indicado para analisar órgãos complexos, como o cérebro, ou estruturas anatômicas menores e delicadas, como cartilagens, tendões e ligamentos.
Exames devem complementar a avaliação clínica
De acordo com o professor Pedro Augusto Lopes Tito, os exames de imagem são sempre complementares à avaliação clínica. “Esse princípio deve nortear a indicação de todos os métodos de diagnóstico por imagem, especialmente, daqueles que se utilizam das radiações ionizantes, como as radiografias, mamografias e tomografias computadorizadas”, recomenda.
Segundo dados do Conselho Norte-Americano de Proteção Radiológica, estima-se que a dose de radiação na população tenha quase dobrado desde 1980, principalmente devido aos exames médicos de imagem. Por esse motivo, Pedro destaca que os profissionais solicitantes, como médicos e dentistas, devem, por meio de uma anamnese precisa e de um exame físico de qualidade, indicar o exame que melhor responderá à dúvida diagnóstica. Por outro lado, os profissionais executantes, como radiologistas, tecnólogos e técnicos, devem ser responsáveis quanto à escolha dos protocolos, de forma a visar a um exame que responda à dúvida com a menor dose de radiação possível.
*Raíssa César – estagiária de Jornalismo
edição: Karla Scarmigliat