Imunidade de rebanho seria catastrófica, diz infectologista da UFMG

O professor da Faculdade, Unaí Tupinambás, que integra os comitês do coronavírus na Universidade e na PBH, sustenta que estratégia poderia custar 150 mil vidas somente em Minas Gerais


28 de maio de 2020 - , , , , ,


A crise na saúde vivenciada no mundo com a chegada da covid-19 implica muitos desafios para pessoas e governos. Várias medidas são debatidas por autoridades em busca da melhor forma de enfrentar a pandemia. Em alternativa ao isolamento social, recomendado pela Organização Mundial de Saúde, alguns setores defendem a teoria da imunidade de rebanho como estratégia de enfrentamento. A política foi adotada por países como a Suécia e o Reino Unido, que têm um dos maiores índices de mortalidade em decorrência da covid-19, segundo dados do projeto Our World In Data.

Em vídeo enviado à TV UFMG, o professor Unaí Tupinambás, do Departamento de Clínica Médica e integrante dos comitês de enfrentamento do coronavírus da UFMG e da Prefeitura de Belo Horizonte, explica que a imunidade de rebanho provocada pela infecção está longe de ser uma alternativa desejável.

Segundo ele, para ser alcançada, uma imunização desse tipo teria de atingir de 60% a 70% da população, o que, considerando a taxa de letalidade da doença, geraria enorme custo em vidas humanas. “Em Minas Gerais, por exemplo, morreriam cerca de 150 mil pessoas”, estima o professor.

Em sua visão, o melhor caminho a seguir é manter o isolamento e achatar a curva epidêmica, de modo que essa imunidade seja alcançada em cerca de dois anos. Até lá, é possível que já exista uma vacina contra a infecção disponível para toda a população mundial. “Assim, teríamos uma imunização de rebanho vacinal e não pela doença”, argumenta o professor.

Assista ao vídeo: 


Ficha técnica: Artur Horta (produção), Otávio Zonatto (edição de imagens) e Renata Valentim (edição de conteúdo)

Redação: Centro de Comunicação da UFMG