Abordagem multidisciplinar da afasia em seminário
24 de outubro de 2017
Com o objetivo de abordar os aspectos psicossociais da afasia, distúrbio de linguagem causado por dano neurológico que reduz a capacidade de comunicação, a Faculdade de Medicina recebe, na quinta-feira, 26 de outubro, o Seminário “Discutindo a afasia além da comunicação”.
O evento é promovido pelo Grupo de Convivência de Afásico do Hospital São Geraldo da UFMG – Grupo Vida Nova, projeto de extensão coordenado pela professora Erica de Araujo Brandão Couto, do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG.
A programação, que inclui profissionais de Fonoaudiologia, Musicoterapia, Psicologia e Assistência Social, além de relato de familiar de paciente afásico, vai das 14h às 17h, na sala 138, no 1º andar da Faculdade de Medicina da UFMG.
Afasia e AVC
A afasia é uma doença crônica que acarreta sequelas em nível comunicativo e cognitivo. De acordo com a professora Erica, o distúrbio é uma sequela importante do acidente vascular cerebral (AVC), condição neurológica muito comum e a primeira causa de morte, de acordo com estudos realizados no Brasil. É também a principal causa de incapacidade física e mental, elevando os números de aposentadoria por invalidez.
Erica Couto explica que o paciente afásico encontra-se diante de uma nova realidade condicionada pela lesão e pelos transtornos neurológicos e neuropsicológicos que a afasia provoca. “Esta nova realidade é mais ou menos limitante e em inúmeros casos produzem-se mudanças nas relações interpessoais do afásico, ou seja, família, trabalho, amigos”, relata.
Família e vida social
Segundo a professora, por causa dessas limitações, as pessoas que têm AVC podem ter prejuízos nas atividades da sua vida diária, no trabalho, no lazer e podem apresentar quadros de depressão e baixa qualidade de vida. “Tudo isso faz com que o paciente com AVC tenha dificuldades nas atividades diárias e nas relações sociais e familiares”, relaciona.
Ela lembra ainda que os fatores psicossociais, como depressão, ansiedade, stress acabam sendo portas de entrada para comportamentos inadequados que afetam outros fatores de risco e por isso também devem ser abordados e tratados.