Ação celebra 31 anos de acompanhamento de prematuros

Acriar, projeto de extensão da Faculdade de Medicina, comemorou data com pais e crianças menores de sete anos nascidas prematuras


14 de novembro de 2019 - ,


O nascimento prematuro pode acarretar em uma série de alterações cognitivas, motoras ou comportamentais para o bebê, que podem gerar autismo, dificuldade escolar ou doenças como displasia broncopulmonar e retinopatia da prematuridade. O acompanhamento multidisciplinar é indicado para o bom desenvolvimento da criança. Há 31 anos, mães e bebês nascidos no Hospital das Clínicas da UFMG com 34 semanas ou menos de gestação podem contar com acompanhamento específico, por meio do Ambulatório de Atendimento ao Recém-Nascido de Risco (Acriar).

A professora Márcia Penido é coordenadora do Acriar. Foto: Carol Morena.

A professora Márcia Penido, coordenadora do projeto, vê na multidisciplinaridade o sucesso para o acompanhamento de pré-maturos. “O cuidado deve ser integral. Os casos são discutidos em equipe e é um grande diferencial a integração dos profissionais”, explica. O ambulatório conta com profissionais de Pediatria, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Enfermagem, Psicologia, Serviço Social e Odontologia.

No Brasil, a taxa de prematuridade é de 11,5%. “Os avanços nos centros de terapia intensiva têm tornado cada vez mais viável bebês prematuros com menos semanas. O desafio é na qualidade de vida, para formar adultos saudáveis”, afirma a professora.

 “Muitas vezes é possível prevenir o parto prematuro pela inserção precoce no pré-natal e identificação da gravidez de risco”

Semana do Prematuro

Fotos: Carol Morena.

O dia mundial da prematuridade, 17 de novembro, marca o período de ações de conscientização e luta para prevenir o parto prematuro. Este ano, o Acriar promoveu um momento especial, em comemoração aos seus 31 anos. “O objetivo é valorizar os pais dessas crianças, que enfrentam muitas dificuldades, mas não deixam de cuidar da saúde integral do filho”, diz Márcia.

O ambulatório, único para a faixa de idade de zero a sete anos no país, é reconhecido pelos usuários. “O ambulatório é muito bom. Prefiro trazer minha filha aqui, já que tem todo o prontuário dela. O posto de saúde próximo da minha casa é muito complicado, além do que me mudei e não pertenço mais à região onde fiz o pré-natal. Aqui recebo todo o acompanhamento necessário, de fonoaudiologia até emergência”, conta Dayana dos Santos, mãe da Verônica, que nasceu com 28 semanas.

Outra mãe beneficiada, Danielle Carvalho é grata ao serviço. “Nós é que devíamos dar uma festa de presente para o Acriar, não o contrário”, sorri. Ela é mãe do Isaac, que nasceu com 31 semanas e recebe acompanhamento desde os primeiros dias. “O atendimento é maravilhoso desde o princípio. No começo, eu vinha todo mês. Agora é mais para acompanhamento. Me deram todo suporte, desde a troca de fraldas até cuidados com a respiração”, relata.

Acriar

O Acriar é um projeto de extensão da Faculdade de Medicina da UFMG que consiste em um ambulatório de follow-up de recém-nascidos prematuros (RNPT), com peso menor ou igual a 1500g e/ou idade gestacional inferior a 34 semanas, provenientes da Unidade de Cuidados Progressivos Neonatal da Maternidade Otto Cirne do Hospital de Clínicas.