Aliado para diagnóstico e tratamento do câncer


16 de junho de 2015


*Matéria publicada na edição número 44 do Saúde Informa

Equipamento híbrido que tem tomografia por emissão de pósitrons, do Centro de Imagem Molecular, agora realiza exames pelo SUS

IMG_7697Pioneiro no Brasil em utilizar tecnologia de equipamentos que fornecem imagens moleculares utilizando, principalmente, a Tomografia por Emissão de Pósitrons/Tomografia Computadorizada (PET/CT, na sigla em inglês) para pesquisas, o Centro de Tecnologia em Medicina Molecular (CT-MM) da Faculdade de Medicina da UFMG, que integra o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Medicina Molecular (INCT-MM), iniciou, no mês de março, atendimento para exames pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Considerado um dos mais modernos equipamentos de PET/CT da América Latina, o aparelho, que tem alta sensibilidade na detecção de patologias oncológicas, cerebrais e cardiológicas, conta com tecnologia de ponta para detecção de fótons originários da aniquilação de pósitrons, acelera a obtenção da imagem e reduz, significativamente, o tempo de exame, com excelente qualidade de imagem.

“Se você faz uma ressonância, o exame te mostra quanto um tumor cresceu e sua textura, ou se você tem uma massa em determinado lugar, mas não te mostra o quanto ele está ativo. Muitas vezes você pode ter um crescimento e, na verdade, pouca atividade. O PET te mostra isso”, explicou o diretor do CT–MM e professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFMG, Marco Aurélio Romano-Silva.

Segundo ele, por meio dessa tecnologia, é possível identificar tumores primários e metástases, com milímetros de diâmetro, sua atividade, se o tratamento está ou não funcionando e fazer o controle pós-tratamento. “No caso de linfoma, por exemplo, o PET é crítico para saber se o tratamento está funcionando bem. Você pode ter tempo de mudar o tipo de quimioterapia, interromper, se for o caso. Em alguns tumores, como o câncer de pulmão, é possível evitar algumas cirurgias traumáticas, que não vão trazer benefício nenhum para o paciente, dependendo do seu estado”, informou.

Investimento público para assistência
Financiado pelo programa INCT (CNPq/Fapemig), o aparelho foi comprado e implantado no CT-MM em 2009, onde era utilizado apenas no desenvolvimento de projetos de pesquisa. Após aprovação pelo Ministério da Saúde para incorporação da tecnologia no SUS, no ano passado, um convênio foi firmado com a Prefeitura de Belo Horizonte para atendimentos especializados com o uso do aparelho.

“Quando houve a incorporação de tecnologia no SUS, conversamos com a prefeitura. Como somos um serviço público, é natural que os casos do SUS sejam encaminhados para cá”, alegou Romano-Silva. Para o diretor, é preciso ressaltar que um investimento público, instalado com recursos de pesquisa, também serve para assistência de alta qualidade da população usuária do SUS.

Além dos benefícios trazidos aos pacientes, o convênio também vai trazer auxilio para a instituição, já que o contrato irá viabilizar a manutenção do aparelho, que custa mais de R$ 300 mil por ano. Os alunos também podem se beneficiar no campo de estágio, que deve ser ampliado com os atendimentos. “Ganham a sociedade, a instituição e o ensino”, ponderou o professor.

Qualidade e conforto nos atendimentos
De acordo com Romano-Silva, as expectativas são muito boas, tanto para o campo de pesquisa, quanto para a formação dos alunos e o retorno para os pacientes atendidos pelo programa. “Em termos de estrutura, conforto de instalação e qualidade do material e equipamento, nosso atendimento se equipara aos melhores do país e mesmo de vários centros de países desenvolvidos, públicos ou privados”, ressaltou.

Para o aposentado Eli Pereira, que trata de um linfoma não-hodgkin há quase três anos, o exame foi de grande importância para validar a remissão da doença. “Foi tudo tranquilo, é ótimo que o SUS esteja nos proporcionando esse auxílio”, afirmou.

Realizando o exame pela primeira vez, Maria Janice Ferreira da Silva, portadora de Linfoma B, contou que a qualidade do atendimento foi essencial para que o procedimento fosse mais tranquilo e confortável. “A agilidade do atendimento e a qualidade do tratamento foram muito satisfatórios”, completou.

Equipado com aparelhagem moderna e boa infraestrutura, o CT-MM comporta, em média, 200 exames por mês. No mês de março, foram encaminhados mais de 20 pacientes para realização de exame com o PET/CT pelo SUS. O procedimento, que dura aproximadamente duas horas, está sendo realizado de terça à sexta feira.