Anticoncepcionais hormonais podem trazer benefícios e efeitos adversos

Nova série radiofônica investiga os possíveis benefícios e efeitos adversos das pílulas anticoncepcionais usuais, dentre outros assuntos


02 de dezembro de 2016


Nova série radiofônica investiga os possíveis benefícios e efeitos colaterais das pílulas anticoncepcionais usuais, dentre outros assuntos

ImpressãoOs avanços da medicina para a criação de diversos métodos contraceptivos no último século favoreceram a emancipação sexual entre os casais, assim como um planejamento familiar mais adequado. Mas se engana quem pensa que tais métodos “resolvem” a questão da gravidez não planejada no país: estudo mais recente da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) indica que mais da metade das brasileiras que ficam grávidas não tinha esse plano.

Os métodos contraceptivos são divididos em diferentes categorias: permanente, como a vasectomia; “de barreira”, casos das camisinhas masculina e feminina; hormonal, por exemplo, as pílulas anticoncepcionais usuais; e intra-uterino, caso do DIU. Para a população que quer evitar uma gravidez não planejada, o professor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG, Fernando Reis, afirma: “Os métodos intra-uterinos e os hormonais são, em geral, os mais eficazes. Eles atingem em torno de 99% de segurança, com o uso adequado”.

O método hormonal contém substâncias semelhantes aos hormônios do ovário da mulher: o estrógeno e a progesterona. Ele pode ser ministrado por via não oral, pelo adesivo, injeção ou implante anticoncepcional, ou ainda pelo anel vaginal. E por via oral, por meio das pílulas anticoncepcionais hormonais, que podem ser divididas em dois grupos. “Uma categoria que contém os dois tipos de hormônio e a outra que tem apenas a progesterona”, esclarece Fernando Reis. “Essa subdivisão faz toda a diferença quando o ginecologista avalia a segurança do uso, em termos de efeitos colaterais ou contra indicações”, acrescenta.

Essas pílulas atuam no organismo feminino inibindo a ovulação, ou seja, não permitindo que a mulher engravide. A também ginecologista e professora da Faculdade de Medicina, Ana Luiza Lunardi, cita outras consequências positivas associadas ao uso da pílula: “Esteticamente, pode haver melhora em relação aos cabelos, excesso de pêlos e acne, além de ajudar na prevenção do câncer de ovário”.

Foto: Carol Morena

Foto: Carol Morena

Efeitos colaterais

Por outro lado, o uso contínuo das pílulas anticoncepcionais hormonais pode causar alguns efeitos colaterais. “O principal será mais transitório, uma irregularidade menstrual. Então a menstruação pode ficar irregular, durando menos dias e com um menor volume, às vezes a paciente pode até não ficar menstruada”, observa Ana Luiza.

Durante a fase de adaptação do organismo à pílula, dores de cabeça, náuseas e enjoos são outros sintomas relativamente comuns. A especialista ainda relata que podem ocorrer dores nas mamas e sensação de edema, de que o corpo está mais inchado. As chances do surgimento de trombose aumentam de duas a quatro vezes, mas essa possibilidade ainda é remota, sobretudo porque boa parte das mulheres que ingere as pílulas é jovem.

A professora Ana Luiza aconselha às mulheres buscarem um médico especializado, para que façam um acompanhamento adequado que ajude a evitar os eventuais efeitos adversos. “Antes de a paciente usar qualquer método contraceptivo, ela deve consultar um ginecologista. Ele fará um histórico adequado dela, para que juntos possam escolher qual é o melhor método”, recomenda. Ela lembra, por fim, que junto ao método escolhido, deve-se usar a camisinha para proteção contra as infecções sexualmente transmissíveis.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 180 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

Redação: Luís Gustavo Fonseca | Edição: Lucas Rodrigues