Audiência sobre processo seriado na graduação acontece no Campus Saúde 

O encontro na quarta-feira, dia 22 de novembro, recebeu diretores e gestores para debater as alternativas de ingresso na UFMG


23 de novembro de 2023 - ,


Pró-reitor de Graduação, Bruno Teixeira, coordenou audiência pública. Foto: Centro de Comunicação Social da Faculdade da UFMG

Na tarde da última quarta-feira, 22 de novembro, a Pró-reitoria de Graduação (Prograd) promoveu a segunda audiência pública sobre o processo seletivo seriado para ingresso na graduação da UFMG. Com a presença de servidores técnico-administrativos, docentes e diretores dos cursos do Campus Saúde, o Pró-reitor de Graduação, Bruno Otávio Soares Teixeira apresentou a proposta e a importância da participação do público.

“Gostaria muito de ouví-los a respeito dessas reflexões, uma vez que uma proposta como essa só pode ser efetiva se construída com todos e seguida por um processo de auto avaliação e aprimoramento”, defende Bruno Teixeira.

Em sua fala, o pró-reitor relembrou o contexto histórico das discussões sobre o vestibular da UFMG. No fim de 2019, a universidade criou um grupo de trabalho designado para estudar o acesso às vagas do ensino superior no Brasil. A comissão é formada por especialistas da UFMG para analisar os efeitos da adesão à Universidade pela entrada do Enem/Sisu. Agora, em 2023, já são dois grupos de trabalho instituídos: um trata da elaboração de propostas de diretrizes para o processo seriado de ingresso nos cursos de graduação, e o outro se atém à avaliação do Vestibular de Habilidades. 

Maria Flores explica os objetivos do vestibular seriado. Foto: Centro de Comunicação Social

A pró-reitora adjunta de Graduação, Maria Flores, apresentou as ações desenvolvidas até o momento e os objetivos do vestibular seriado, proposta colocada em debate com a comunidade. Segundo ela, “é preciso pensar na graduação numa perspectiva de formação crítica e cidadã”. Maria Flores afirmou também que a UFMG tem feito estudos minuciosos das experiências de 14 universidades públicas brasileiras que utilizam processos seriados. 

A expectativa é que em novembro já haja uma proposta sistematizada. “Quanto ao formato da avaliação, o foco deverá ser a formação geral básica – Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza. Vale destacar, no entanto, que esse processo passará por ajustes ao longo do tempo, de acordo com as demandas que surgirem”, disse Maria Flores.

Comissão ouve público sobre a apresentação. Foto: Centro de Comunicação Social 

A professora Juliana Souza, da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG avaliou como tem sido o contato com as instituições que já aplicam o processo seletivo seriado. “Tendo como base as 14 instituições que aplicam o vestibular seriado, pode-se traçar estratégias que fazem sentido para o nosso contexto, e entender como ter um diálogo tanto com os alunos quanto com os professores e as escolas”, afirmou.

Atualmente a UFMG oferece 6.740 vagas distribuídas entre 91 cursos de graduação. Até 2013, a Universidade preparava e aplicava seus próprios vestibulares, e a partir de 2011, o Enem tornou-se a primeira etapa da prova. Em 2014, o Sisu foi aderido, mantendo como exceção os cursos que demandam processos seletivos específicos, como os do campo das artes e três licenciaturas: Formação Intercultural de Educadores Indígenas (Fiei), Licenciatura em Educação no Campo (Lecampo) e Letras-Libras.

Se a proposta for aprovada após as discussões, a expectativa é que os exames possam ser aplicados em dezembro de 2024 para alunos do primeiro ano do ensino médio. Assim, os primeiros calouros selecionados por meio do vestibular seriado ingressariam na Universidade no primeiro período letivo de 2027. O percentual de vagas destinado a cada processo seletivo ainda será definido.

A pró-reitoria de Graduação também destacou a importância das políticas afirmativas na democratização do acesso ao ensino e garantiu que os parâmetros da Lei de Cotas serão respeitados em todas as etapas de implementação do novo processo seletivo.