Café Controverso aborda terapia hormonal para mulheres


16 de agosto de 2017


Atividade gratuita acontecerá no próximo sábado, dia 19 de agosto, no Espaço do Conhecimento UFMG

A terapia de reposição hormonal em mulheres no climatério, fase de transição do período fértil para o não reprodutivo, estará em pauta no Café Controverso: Saúde em Pauta do próximo sábado, dia 19 de agosto, das 11h às 13h, na Cafeteria do Espaço do Conhecimento UFMG.

O coordenador da iniciativa e professor de pós-graduação da Fundação Unimed, José Ricardo de Paula Xavier Vilela, media o debate Reposição hormonal: dilemas e verdades para as mulheres, que terá a participação dos ginecologistas Ricardo Marinho e Silvana Kelles.

O evento, gratuito, é uma realização do Espaço do Conhecimento UFMG em parceria com o Instituto Unimed-BH. Espaço do Conhecimento UFMG fica na Praça da Liberdade, 700, Funcionários. 

Terapia hormonal
Utilizada desde a década de 1960 em mulheres a partir dos 45 anos, a terapia hormonal tem o objetivo de reduzir os sintomas agudos da menopausa, que acontecem pela queda da produção do estrogênio no organismo e acometem entre 75% e 80% das pacientes. Ondas de calor ou suores noturnos, mudança no humor, atrofia vaginal e dificuldade de concentração são alguns dos efeitos que comprometem a qualidade de vida nessa fase. Com o tempo, a utilização desse recurso passou a ser feita antes mesmo do climatério e por um período prolongado.

Essa realidade mudou após um estudo da Women’s Health Initiative (WHI), publicado em 2002, que mostrou uma relação entre o tratamento hormonal de estrogênio e medroxiprogesterona e o aumento do risco de câncer de mama, trombose venosa profunda, AVC e doença arterial coronariana. O estudo provocou uma queda de 80% do uso desse tratamento e divide a opinião da comunidade médica sobre a indicação da terapia hormonal para as pacientes.

A ginecologista Silvana Kelles alerta para o uso indiscriminado desse recurso, principalmente porque a diminuição da produção hormonal no climatério apresenta efeitos em intensidade variável entre as mulheres. Segundo a especialista, o uso de roupas leves e pequenas alterações em hábitos de vida podem ser suficientes para atenuar os transtornos para pacientes com sintomas leves. “Quando os impactos são intensos e desconfortáveis, a terapia hormonal por curto período pode melhorar a qualidade de vida. Mas o tratamento deve envolver sempre a menor dose de medicamentos, pelo menor tempo possível. A utilização de hormônios por período acima de um ano traz resultados preocupantes. Apesar de se tratar de reposição com hormônios similares aos produzidos pelo corpo, nessa época da vida a mulher não estaria mais exposta a eles. E os estudos mostram que, se, por um lado, há algum benefício, também há riscos que precisam ser explicitados”, explica.

Para o ginecologista Ricardo Marinho, a terapia hormonal continua sendo uma importante alternativa para mulheres com sintomas relevantes durante o climatério. “Hoje, as mulheres estão mais ativas e os inconvenientes da menopausa podem ser muito prejudiciais. Muitas mulheres apresentam episódios de ondas de calor e sudorese, dormem mal à noite e, no dia seguinte, têm uma importante reunião de trabalho. Além de combater os sintomas, a reposição do estrogênio em mulheres com idade próxima à menopausa contribui para evitar a perda óssea e diminuir o risco para doenças cardiovasculares. A utilização da terapia hormonal em mulheres na faixa de 50 anos por um período de cinco a dez anos traz mais benefícios do que danos, mas a decisão é individualizada, baseada nos sintomas, doenças existentes e desejo da paciente. Para o uso prolongado ou após os 60 anos, é necessária uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios”.

Espaço do Conhecimento UFMG
O Espaço do Conhecimento UFMG estimula a construção de um olhar crítico acerca da produção de saberes. Sua programação diversificada inclui exposições, cursos, oficinas e debates. Integrante do Circuito Liberdade, o museu é fruto da parceria entre a UFMG e o Governo de Minas. O Espaço está subordinado à Diretoria de Ação Cultural (DAC) da universidade, é amparado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura e conta com patrocínio da Unimed-BH e do Instituto Unimed-BH.

Mais informações: 3409-8350.

Redação: com Cedecom/UFMG e Comunicação Institucional do Espaço do Conhecimento UFMG