Carnaval à vista! Conheça doenças que podem ser transmitidas pela saliva

Série destaca, entre outros assuntos, a mononucleose, conhecida como doença do beijo, o herpes e a candidíase – o popular sapinho.


06 de fevereiro de 2015


Programa de rádio reprisa série especial sobre o Carnaval e destaca, entre outros assuntos, a mononucleose, conhecida como doença do beijo, o herpes e a candidíase – o popular sapinho

saudecomcienciaFeriado chegando, blocos e marchinhas ditando o ritmo nas ruas, clima de azaração para embalar casais “apaixonados”. O Carnaval sugere tempos de folia e diversão, mas também sono diminuído, consumo de bebidas alcoólicas e alimentação desequilibrada. Por isso, o programa de rádio Saúde com Ciência entrevistou profissionais da UFMG, que comentam três patologias adquiridas por meio do contato com a saliva.

Mononucleose

Chamada de “doença do beijo”, a mononucleose tem como agente causador o vírus Epstein-Barr, transmitido através do contato prolongado com a saliva de uma pessoa infectada. Disseminado em escala global, o vírus permanece latente no organismo do indivíduo após o contágio, podendo haver transmissão da doença mesmo com a ausência de um quadro clínico.

Ilustração: Carina Cardoso

Ilustração: Carina Cardoso

“O período de incubação, que é entre você adquirir o vírus e desenvolver a doença, pode variar de duas a quatro semanas. Mesmo você estando assintomático, o vírus está ali e a pessoa pode transmiti-lo por meses e até anos”, afirma a professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Marise Fonseca.

“Assim como o vírus do herpes, a pessoa se contamina, pode manifestar clinicamente, ficar um tempo sem sentir nada e depois pode reapresentar a manifestação clínica. Isso é comum, no caso da mononucleose, em pessoas com alguma imunossupressão, seja por doenças ou medicamentos”, acrescenta a infectologista.

Os principais sintomas são febre, dores na garganta e alterações nos gânglios e o diagnóstico pode ser feito de forma clínica ou laboratorial. Sobre o tratamento, que dura, em média, de uma semana a dez dias, Marise explica que ele é sintomático, com hidratação e antitérmicos, uma vez que não existe um medicamento específico para o vírus.

Herpes

Em geral, são duas as fases da doença: uma chamada de prima infecção, quando o indivíduo é infectado, e o período de latência, no qual o vírus permanece “adormecido” no organismo. O professor da Faculdade de Odontologia da UFMG, Marcelo Naves, detalha: “É uma virose que, a partir da prima infecção, a pessoa passa a ser portadora do vírus e ele vai se manifestar ao longo da vida em momentos de muito estresse e baixa resistência”.

Sendo assim, pacientes de enfermidades ligadas à baixa resistência, como o HIV e a tuberculose, devem ter cuidado redobrado. Além dos tipos labiais, Naves comenta as herpes genitais. “Com a maior prática do sexo oral, a gente tem visto com frequência alguns tipos de herpes genital na boca ou da boca na área genital”, alerta. Em casos de crise, é recomendado o uso de antivirais para aliviar os sintomas.

Candidíase (sapinho)

O popular sapinho é uma candidíase, que é uma infecção fúngica, também relacionada à baixa resistência, principalmente em épocas de calor. Muito comum em crianças e idosos, os adultos não estão isentos, pelo contrário: a infecção pode evoluir para um quadro de doença sexualmente transmissível (DST).

“Quando ela ocorre na região genital, é mais comum em quem tem vida sexual ativa. Com a evolução da chamada felação – boca nos órgãos genitais – tem havido a transmissão de cândida para essa região também”, revela Marcelo Naves.

Em tempos de Carnaval, o professor recomenda alguns cuidados: “A higiene pessoal é extremamente importante, tanto a da boca quanto a dos órgãos genitais, e a questão de você ter um controle maior em relação aos seus parceiros”. O sapinho pode ser tratado por meio de medicamentos antifúngicos.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência, que apresenta a série Carnaval Responsável entre os dias 09 e 13 de fevereiro de 2015, é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. De segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h, ouça o programa na rádio UFMG Educativa, 104,5 FM.

Ele também é veiculado em outras 93 emissoras de rádio, que envolvem as macrorregiões de Minas Gerais e os seguintes estados: Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.