Centro de Extensão da Faculdade expõe projetos sobre Lúpus


26 de março de 2019


Mural do Cenex/MED com projetos de extensão sobre lúpus. Foto: Carol Morena

Como parte do projeto “Extensão Viva: divulgar para inspirar”,  o Centro de Extensão da Faculdade de Medicina da UFMG (Cenex/MED) apresenta o Programa de atendimento aos pacientes com lúpus e seus familiares, no seu mural no primeiro andar, em frente às salas 121 e 123 da Instituição. O objetivo da ação é apresentar todos os projetos de extensão da Faculdade e, desta vez,  o tema foi escolhido pensando em março como o mês da mulher.

Nesta exposição há cinco projetos de extensão da Unidade que trabalham com o Lúpus, que é mais comum entre a população feminina, acometendo principalmente a faixa etária entre 20 e 40 anos, o que ocorre devido à produção do hormônio estrógeno, um desencadeador da doença.

O que é o lúpus

O Lúpus Erimatoso Sistêmico é uma doença que afeta pessoas que já tem uma predisposição genética. É uma enfermidade crônica e autoimune, ou seja, é uma disfunção do sistema imunológico do paciente. Fatores como a luz solar e o hormônio estrógeno, por exemplo, podem ativar a doença no organismo. Assim, o sistema imune identifica esses agentes como perigosos ao corpo e inicia um processo de defesa exagerado que acaba agredindo os outros órgãos, como rim e pele.

Os sintomas iniciais característicos são cansaço, desânimo, perda de peso, queda de cabelo, febre, dor articular e, às vezes, manchas vermelhas na pele. O tratamento é feito com corticoides e imunossupressores, a fim de acalmar o sistema imunológico inflamado.

Projetos e promoção da saúde

Imagem reirada da página do Projetos Lupus UFMg no Facebook.

Entre os projetos há o “Sala de Espera”, em que os alunos de Medicina entregam cartilhas informativas sobre diabetes, hipertensão, protetor solar, atividade física, osteoporose e alimentação saudável. Os temas são variados, porque as pessoas com lúpus devem manter um cuidado constante com a saúde.

Segundo a coordenadora do projeto, Cristina Lanna, professora do Departamento do Aparelho Locomotor da Faculdade, a resposta deficiente do sistema imunológico pode causar problemas em vários órgãos. “No paciente com lúpus, o sistema imune não para de reagir, ele tem falhas que inibem inflamações e provocam agressão e mal funcionamento do organismo”, explica.

As complicações também estão presentes em relação a vacinação, por isso surgiu o Projeto de Vacinas, a partir da percepção dos alunos de que havia defasagens na cartilha das pessoas com lúpus. Assim, o projeto foi desenvolvido para explicar sobre as particularidades desse público em relação a questão.

A professora Cristina Lanna explica que algumas vacinas,  como para febre amarela, sarampo, rubéola e caxumba, não podem ser usadas por esses pacientes, devido ao tratamento com imunossupressores. “Se o paciente está usando imunossupressor, o sistema imunológico fica mais fraco. Então, com essas vacinas, que são vírus vivos atenuados, eles acabam tendo a doença”, informa.

Além disso, há o projeto sobre o uso da camuflagem cosmética, específico para quem tem lúpus discoide, que apresentam lesões na pele. O grupo é instruído sobre como usar uma cobertura na pele para ajudar a esconder as feridas e aumentar a autoestima das pacientes, já que os machucados podem ser motivo de preconceito.

Para a estudante de Medicina e participante do projeto, Maria Isabel Guedes, a camuflagem, produto comumente utilizado na dermatologia, tem trazido muitos benefícios para as mulheres com lúpus. “A camuflagem é como uma base mais forte. Depois de ensinarmos as pacientes o uso, foi feito um estudo sobre como elas se sentiam em relação autoestima e qualidade de vida e vimos o impacto disso”, destaca.

Por último, foi criado o Projeto Lúpus UFMG nas redes sociais, com a intenção de passar informações de qualidade para os pacientes, além de tirar dúvidas e ajudar as famílias a compreender melhor o que é a doença e como apoiar o tratamento.

Mais informações: www.medicina.ufmg.br/cenex/