Como andam as pesquisas com biomarcadores de demência? Em palestra na Medicina, professor da UFRGS responde e alerta 


06 de novembro de 2025


Estudos recentes mostram que baixa escolaridade parece ser um fator que dispõe à doença, reforçando a hipótese de que fatores socioeconômicos e educacionais impactam no envelhecimento do cérebro – Foto Instituto Serrapilheira/Divulgação

O professor Eduardo Zimmer (UFRGS), membro da Academia Brasileira de Ciências e pesquisador do Instituto Serrapilheira, vai falar, na Faculdade de Medicina da UFMG, na terça-feira, 18 de novembro, às 11h, na sala 62. Faça sua inscrição aqui.

Referência internacional no entendimento dos mecanismos celulares da doença de Alzheimer, Zimmer vai discutir sobre compromisso social, educação e o papel dos biomarcadores nos estudos da demência. Para tanto ele falará sobre seus estudos a respeito das novas perspectivas de diagnóstico da doença de Alzheimer e outras demências. 

O encontro, realizado pelo Centro de Tecnologia em Medicina Molecular (CTMM) e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neurotecnologia Responsável (NeuroTec-R), tem o propósito de promover o equilíbrio entre inovação e responsabilidade científica. É muito importante avançar na direção da detecção precoce das doenças e no cuidado às pessoas com demência sem perder a perspectiva ética, social e formativa.

Venha! Participe! Esta será uma boa oportunidade para conversar ao vivo com quem pesquisa. E isso pode ser o diferencial para compreender melhor o futuro dos biomarcadores. 

Faculdade de Medicina da UFMG fica na região hospitalar de Belo Horizonte (mapa), no campus Saúde (Av. Alfredo Balena 190. Bairro Santa Efigênia. BH. MG).

Avançar com ética

A discussão sobre demência evoluiu rápido nos últimos anos. Mesmo assim, não existe uma tecnologia ou uma pílula milagrosa. Mas os estudos avançam. E foi Zimmer quem liderou uma das maiores análises já feitas sobre biomarcadores sanguíneos para Alzheimer. O último artigo de seu grupo foi publicado recentemente,  em setembro de 2025, na revista The Lancet Neurology

O estudo avaliou 113 pesquisas com 29.625 indivíduos. Os autores concluíram que o marcador p-tau217 apresenta um ótimo desempenho para identificar Alzheimer de forma biológica, com sensibilidade de 88,1% e especificidade de 88,7%. Em outras palavras, ele pode vir a mudar diagnósticos e acelerar decisões clínicas. 

O trabalho também alerta que cerca de 90% dos estudos ainda utilizam pontos de corte definidos pelos próprios pesquisadores, e que a implementação clínica do p-tau217, um exame de biomarcador sanguíneo que mede a proteína tau fosforilada na posição 217, precisa ser validada em cenários reais antes de adoção ampla. Ou seja, avanço com os pés no chão. 

SERVIÇO

Seminário: Uma reflexão sobre compromisso, educação e biomarcadores na demência

Prof. Eduardo Zimmer – UFRGS
Local: Faculdade de Medicina da UFMG. Av. Alfredo Balena, 190. Sala 62.
Data: 18 de novembro (terça-feira)
Horário: 11 horas
InscriçãoClique aqui para acessar o formulário de inscrição


Marcus Vinicius dos Santos – jornalista CTMM Medicina UFMG