Confira o relatório final do censo de população de rua de BH
Lançamento ocorreu em seminário da Prefeitura de Belo Horizonte.
18 de junho de 2024 - Censo, Censo Pop Rua 2022, Direitos Humanos, Políticas Públicas, população de rua, Prefeitura de Belo Horizonte, UFMG
A Faculdade de Medicina da UFMG apresentou dados completos do Quarto Censo da População adulta em Situação de Rua – BH+ Inclusão, durante o Seminário sobre Políticas para População em Situação de Rua, Migrantes e Refugiados, realizado nesta segunda-feira (17 de junho). O evento contou com a participação do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, e da secretária-executiva do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Rita de Oliveira.
A diretora da Faculdade, Alamanda Kfoury, ressaltou a missão das universidades públicas, gratuitas e de qualidade na produção de ciência de ponta, engajada com as necessidades da população. “Temos esta missão, especialmente com os mais vulneráveis. Para isso, temos um diálogo permanente com o poder público para apoiar na formulação de políticas públicas com evidências científicas”, afirmou.
No evento houve a assinatura da adesão da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) ao Plano Nacional Ruas Visíveis – criado pelo governo federal para fortalecer as ações para as pessoas em situação de rua. A iniciativa é coordenada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e prevê a ampliação e criação de medidas em diversas frentes. “O plano também traz a necessidade da participação social como eixo central para desenhar as políticas para que elas atendam às necessidades dessa população. Belo Horizonte já começa muito bem, identificando o problema a partir da realização do censo”, disse Rita Oliveira.
O prefeito de Belo Horizonte também destacou os dados gerados pela Universidade. “A nossa pesquisa identificou pessoas doentes nas ruas e que precisam de tratamento. Esse é o nosso grande desafio”, ressaltou Fuad.
Para o professor do Departamento de Psiquiatria (PSQ), Frederico Garcia, o lançamento do censo foi um momento muito importante desta pesquisa. “De um lado, fizemos a devolutiva à sociedade dos principais dados que encontramos e da visão da academia sobre esta política. De outro, o censo contribui para que poder público e sociedade civil possam compreender este cenário. Para a UFMG é muito importante contribuir com evidências científicas que contribuam com a melhoria das políticas públicas”, pontua.
Confira o relatório completo com a pesquisa quantitativa censitária e qualitativa complementar.
A população em situação de rua de Belo Horizonte quase triplicou na última década, chegando a 5.344 pessoas. Os dados mostram que a grande maioria é formada por homens (84%) com média de idade de 42,5 anos, enquanto as mulheres representam 16% e têm em média 38,9 anos. Também foi destaque o aumento do tempo de vida em situação de rua da população, que era de 7,4 anos em 2013 e aumentou para 11 anos.
O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 21 de outubro de 2022 e levou uma equipe de 300 pesquisadores para as nove regionais de BH. O objetivo foi levantar não só o número dessa população, mas o que a levou a viver dessa forma e quais as perspectivas de futuro. Foram ouvidas pessoas nas ruas, abrigos, restaurantes populares, praças e terrenos baldios, entre outros locais.
Para a realização do censo, a PBH, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, firmou uma parceria com a Faculdade de Medicina da UFMG. Também colaboram neste processo o Movimento Nacional de População de Rua, a Associação de Luta por Moradia Para Todos, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que integram o Grupo Técnico responsável por acompanhar, monitorar e analisar a realização da pesquisa.
O Núcleo de Pesquisa em Vulnerabilidade e Saúde (NAVeS) da Faculdade de Medicina da UFMG, grupo responsável pela metodologia, também realizou o censo anterior, em 2013.
Leia também:
Com informações da Prefeitura de Belo Horizonte