Congresso brasileiro sobre covid-19 inicia semana de atividades

Primeiro dia teve debates sobre sintomas pós agudos, vacinas, saúde digital, quadro em gestantes e crianças, violência contra mulher, relatos pessoais de covid-19 longa, entre outros.


04 de maio de 2021 - , ,


O 1º Congresso Brasileiro de Evidências Clínicas na Covid-19 começou as atividades nesta segunda-feira (3 de maio). As palestras – conduzidas por professores brasileiros e estrangeiros que são referências em diversas abordagens do tema – vão ocorrer ao longo da semana. O evento tem mais de 18 mil participantes inscritos, é online, gratuito e transmitido pela UFMG.

Estiveram presentes na mesa de abertura a reitora da UFMG, Sandra Goulart; o diretor da Faculdade de Medicina, Humberto José Alves; a professora da Faculdade e presidente do Congresso, Milena Marcolino; a assessora especial da Reitoria da UFMG para a área de Saúde, Cristina Alvim; a coordenadora geral do Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS), Carisi Polanczyk; e representantes da Fapemig, do Programa de Pós Graduação em Infectologia e Medicina Tropical (PPGIMT/Faculdade de Medicina) e da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde (SAPS/MS).

Captura de tela do evento.

Nas mesa de abertura, a reitora da UFMG, Sandra Goulart, celebrou o papel da UFMG no enfrentamento da pandemia. “A universidade pública está atuando e atendendo as demandas da sociedade por conhecimento e informação.  A UFMG não parou um minuto sequer. Estamos todos exaustos, mas em prol de algo no qual nos orgulhamos demais. Só estaremos seguros se todos estivermos seguros, é momento de agirmos de forma coletiva. Continuar, cada vez mais, lutando pela prevalência da ciência”, afirmou.

O diretor da Faculdade de Medicina da UFMG, professor Humberto José Alves, falou do histórico da instituição no combate à pandemias. “Fico muito orgulhoso e honrado em fazer parte dessa história. Num momento de tanta desinformação, de perturbação da informação, esse evento reúne evidências científicas, não só para professores, permitindo que a sociedade em geral tenha acesso a essas informações. Esse é o nosso papel como instituição pública”, enfatiza. 

“Retornamos, mais de 100 anos depois, a abrir nossas portas para combater uma pandemia, como fizemos na gripe na espanhola”

Diretor da Faculdade de Medicina da UFMG, Humberto José Alves

Assista ao primeiro dia do evento: 

Para ouvir a tradução simultânea das palestras em inglês, clique aqui

O evento é organizado por voluntários da UFMG e de outras instituições. Presidente do Congresso, a professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Milena Marcolino, destacou o impacto do evento. “Desde o início da pandemia nos acostumamos a ouvir números na casa do milhar, tristes, sobre o crescente número de pessoas infectadas e mortas pela pandemia. Só que hoje, 18.642 representa o número de pessoas motivadas a mudar essa realidade”, contabilizou, em referência ao público do evento.

O representante da Fapemig, Daniel Ferreira, ressaltou que “os recursos investidos em editais ainda no início da pandemia deram bons frutos”.  A origem do evento foi a pesquisa “Registro Hospitalar Multicêntrico Nacional de Pacientes com Covid-19”, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) – ação que conta com 37 hospitais colaborando na produção de evidências clínicas. A UFMG e o Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS) apoiam a iniciativa do congresso.

A coordenadora geral do IATS, Carisi Polanczyk, observou que o país estava carente de eventos científicos dessa natureza. “Nós temos o compromisso de produzir a ciência e disseminá-la, fazer chegar nas instituições para basear a tomada de decisões”, disse. Olivia Medeiros, do SAPS/MS, elogiou a programação do evento e valorizou as evidências científicas. “São as evidências que nos permitiram identificar os melhores tratamentos e, em tempo recorde, desenvolver as vacinas. Atenção primária é fundamental nesse contexto”, defendeu.

Pioneira no país, a ação aborda a covid-19 por diversos aspectos: tratamento, prevenção, vacinas, sequelas, impactos em saúde mental e efeitos indiretos (como aumento da violência contra mulher), entre outros. A programação vai até o dia 6 e conta com palestrantes das regiões Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, além de representantes de universidades estrangeiras, como Oxford e Bristol.

Palestras – Nesta segunda-feira, as atividades foram abertas com palestra de Gabriel Rada, presidente da Epistemonikos Foundation, que falou sobre relevância das evidências clínicas atuais. A professora Trish Greenhalgh, da Universidade de Oxford, seguiu com uma mesa sobre o manejo de pacientes com sintomas persistentes. A programação seguiu com mesa debatendo a experiência de viver com covid-19 longa, que contou com o relato pessoal da professora Joanna House, da Universidade de Bristol.
Ainda foram abordados os temas de vacinas e políticas públicas; saúde digital; comunicação de más notícias; covid-19 em gestantes e crianças; violência contra a mulher; e exames pós-vacinação. 

A programação completa pode ser conferida no site do evento. Acompanhe atualizações pelo perfil do congresso no Instagram.

As atividades terão transmissão do canal da Coordenadoria de Assuntos Comunitários (CAC) da UFMG e contarão com intérpretes de Libras.

Programação para acadêmicos e combate a fake news

Na mesma iniciativa, dois simpósios trarão apresentações de estudantes e debates sobre mitos e verdades envolvendo a doença. Eles fecham a semana do evento, no dia 7 de maio, e ainda recebem inscrições.

O 1º Simpósio “Mitos e Verdades Sobre a Covid-19” será voltado para a população em geral. Utilizando linguagem acessível e informações confiáveis, temas importantes sobre a pandemia serão apresentados. Entre as mesas, que vão de 18h30 a 21h30, serão abordados o reconhecimento de fake news, vacinação, máscaras, “kit covid” e outros. Inscreva-se no 1º Simpósio Mitos e Verdades sobre a Covid-19, voltado para a população em geral.

Estudantes de graduação dos cursos da área da saúde também têm espaço para apresentações. O 1º Simpósio Acadêmico de Evidências na Covid-19 vai de 14h às 18h e terá palestras voltadas para a atuação dos acadêmicos, além de apresentação de projetos de pesquisa. Na programação estão assuntos como estratégias para o diagnóstico laboratorial, tratamento, papel dos estudantes e mundo pós-covid. Inscreva-se no 1º Simpósio Acadêmico de Evidências na Covid-19, voltado para estudantes da área da saúde.

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