Conscientização pode promover a inclusão de pessoas com deficiência
21 de setembro de 2016
*Carol Morena
No dia 21 de setembro é celebrado o Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência. Esta data se constitui como um momento para a divulgação e busca de novos caminhos para as lutas do segmento. Na Faculdade de Medicina da UFMG, o secretário do Centro de Informática em Saúde (Cins), Ronaldo Cassio, que é deficiente visual, propõe uma reflexão sobre atitudes cotidianas que podem contribuir para maior inclusão das pessoas nos diversos espaços de convivência da Unidade.
O secretário conta que, para se locomover pelos corredores e outros ambientes, precisa estar junto às paredes para que possa se localizar naquele espaço. “O que tenho reparado é que muitos alunos ficam sentados encostados nessas paredes e, muitas vezes, até fechando os corredores. Isso atrapalha não só a mim, mas a todas as pessoas que precisam passar por ali”, protesta.
Outro ponto abordado por Ronaldo é a necessidade de haver uma conscientização junto aos futuros profissionais da saúde estejam preparados para atender pessoas com necessidades específicas. Ele afirma que quando precisa utilizar alguns serviços de saúde, mesmo no sistema privado, nota que muitos locais não estão aptos a atendê-lo, o que pode levar a tomada de atitudes consideradas erradas na tentativa de auxiliar a pessoa com deficiência. “Acredito que essa preparação tem que acontecer também na graduação para que essa consciência se desenvolva no futuro”, afirma.
Acessibilidade no Campus
Em relação à estrutura do Campus Saúde, Ronaldo conta que, apesar de já haver grandes avanços, ainda há um longo caminho a ser percorrido. “Em relação a outras localidades, aqui já é possível perceber um esforço de inclusão. Tem lugares que não oferecem o mínimo para que eu me locomova, como elevadores que anunciam o andar e que tem braille nas teclas”, conta. Ele explica, também, que tem sido desenvolvido um projeto para a implantação de um piso tátil, com uma sinalização que facilite a locomoção pela Unidade, além da troca das placas de salas e setores por outras que apresentem informação em braille.
O superintendente administrativo da Faculdade de Medicina, Maurílio Elias, conta que tem trabalhado para atender a estas demandas. “Aqui na Medicina nós procuramos resolver principalmente as coisas mais urgentes, estamos tentando, inclusive, comprar uma linha braille para que o Ronaldo possa utilizar”, explica. No entanto, de acordo com ele, a Unidade ainda precisa avançar em comparação ao que é feito no Campus Pampulha.
No ano de 2015 foi criado o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI). Instituído pela Reitoria da UFMG, o NAI se propõe a eliminar ou reduzir as barreiras encontradas pelas pessoas com deficiência no contexto da Universidade. O objetivo é promover ações voltadas para diversas temáticas, como a atitude das outras pessoas com relação aos portadores de necessidades especiais, ou a acessibilidade às estruturas pedagógicas, arquitetônicas, de comunicação e informação para alunos de graduação, pós-graduação e servidores da UFMG em geral.
*Redação: Carol Morena – estagiária de jornalismo
Edição: Larissa Rodrigues