Consumo de determinados alimentos pode desencadear dores de cabeça
Saúde com Ciência apresenta série dedicada às cefaleias. Principais tipos, causas, formas de tratamento e automedicação são destaques
22 de maio de 2015
Saúde com Ciência apresenta série dedicada às cefaleias. Principais tipos, causas, formas de tratamento e automedicação são destaques
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que a cefaleia, termo científico para dor de cabeça – toda dor localizada acima de uma linha imaginária que liga o olho à orelha –, acomete cerca de 90% da população mundial. Dois tipos são mais os comuns: a cefaleia tensional, provocada, principalmente, por momentos de tensão e ansiedade. E a enxaqueca, que tem como fatores relacionados o estresse, a insônia e a ingestão de substâncias presentes em determinados alimentos, como os defumados e o molho shoyu.
O neurologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Antônio Lúcio Teixeira, explica que esses alimentos apresentam, na composição ou no processo de preparo, substâncias que podem provocar a dor. “O shoyu ou aqueles condimentos usados em restaurante japonês, chinês, têm muito produto que pode desencadear dor. Destaco também os alimentos defumados e alguns conservantes, uma vez que pode ser indissociável a possibilidade de o alimento não reter substâncias tóxicas no seu preparo”.
Por outro lado, alimentos como o gengibre, a cenoura e a maçã, associados à prevenção das dores, não têm eficácia comprovada. “As provas de que efetivamente eles funcionam ainda são tênues. Nós estamos investigando o papel do gengibre como possível analgésico e profilático das dores de cabeça, mas ainda há muita mitologia em torno do potencial analgésico dos alimentos”, observa Teixeira.

Consumo moderado do café pode trazer benefícios ao organismo, mas excesso está ligado às crises de cefaleia.
Já sobre o café, outro alimento que divide opiniões sobre os possíveis benefícios à saúde, o professor revela que seu consumo esporádico pode trazer um efeito analgésico, ou seja, de melhora. Em contrapartida, seu uso abusivo pode levar a uma cefaleia por abuso de analgésicos. “Funciona como uma analgésico a curto prazo, mas se usar de forma abusiva pode ocasionar essas dores”, resume.
Ressaca
Como explicar aquela dor latejante que surge, geralmente, no dia seguinte à ingestão de bebidas alcoólicas? Segundo o psiquiatra e também professor da Faculdade, Frederico Garcia, nosso organismo transforma o álcool em uma substância chamada aldeído e o excesso dela causa a crise de cefaleia. “É uma substância neurotóxica, ou seja, faz mal aos neurônios e irrita as meninges. As dores de cabeça e o mal-estar no dia seguinte são causados pelo excesso de álcool e a consequente acumulação de aldeído no organismo.”
O professor ainda ressalta que algumas pessoas apresentam pouco aldeído desidrogenase, enzima responsável por eliminar o aldeído do organismo, fazendo com que elas tenham crises mesmo após um consumo mais moderado.
A relação das cefaleias com problemas de visão e a automedicação também são assuntos deste Saúde com Ciência, que vai ao ar entre os dias 25 e 29 de maio de 2015. Não perca!
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. De segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h, ouça o programa na rádio UFMG Educativa, 104,5 FM.
Ele também é veiculado em outras 105 emissoras de rádio, que envolvem as macrorregiões de Minas Gerais e os seguintes estados: Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.