Coordenadora fala sobre desafios da Fonoaudiologia


06 de dezembro de 2010


Foto: Arquivo

"Os planos de saúde são obrigados a cobrir oito sessões de fonoaudiologia. Em muitos casos, isso é insuficiente"

O mês de dezembro, já tradicionalmente de festas, terá ainda mais datas comemorativas para alunos e profissionais do curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG. Além do dia do fonoaudiólogo, comemorado em 9 de dezembro, serão celebrados os dez anos da criação do curso, em funcionamento no campus Saúde da Universidade.

Há oito anos acompanhando o progresso do curso, a professora e coordenadora, Laélia Cristina Caseiro Vicente, falou à Faculdade de Medicina sobre as conquistas, deficiências e perspectivas para os fonoaudiólogos.

Na página principal do curso, vocês mencionam que a Fonoaudiologia vem sendo, há 25 anos, valorizada na área da saúde e no Brasil. Você acredita que a profissão já ganhou o reconhecimento e espaço que merece no país?

Ainda não. Acho que já melhorou muito nesses últimos 25 anos, mas ainda há muito a ser feito. Temos que crescer no âmbito empresarial, por exemplo. Tem também a questão dos convênios. Atualmente, os planos de saúde são obrigados a cobrir oito sessões de fonoaudiologia. Em muitos casos, isso é insuficiente. A Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia e os Conselhos Federais da área da saúde estão tentando criar balizadores do tempo de tratamento. A ideia é verificar qual seria o tempo médio necessário de intervenção em cada área da fono.

Um fonoaudiólogo pode atuar em diversos setores, como em ações preventivas, de aperfeiçoamento ou reabilitação, por exemplo. Alguma dessas áreas vem se destacando em relação a outras?

Eu não acho que exista tendência de crescimento para uma determinada área. Temos várias em expansão. A voz, por exemplo, tem crescido muito, assim como a linguagem. Os hospitais vêm abrindo espaço, principalmente nos casos de pacientes com problemas de deglutinação. A demanda no telemarketing também cresceu muito nos últimos cinco anos.

Na Faculdade de Medicina, o curso completa dez anos de existência. Quais foram as principais conquistas para os profissionais e estudantes neste tempo?

Para os estudantes e curso, tivemos a mudança curricular. Os alunos passaram a ter mais tempo para estudar. Também conquistamos mais estágios externos e o laboratório, que permite ao aluno praticar antes da vivência com os pacientes. O curso também ampliou os projetos de extensão. Para os professores, nós ganhamos um ambiente comum, que é a sala de professores. Os novos campos de estágios de aperfeiçoamento à pesquisa também foram nossas conquistas.

E quais são as principais demandas de melhorias atualmente?

A gente ainda tem um pouco de dificuldade com o espaço. Não conseguimos ampliar o número de atendimentos no nosso ambulatório. Quando os equipamentos quebram, o conserto também costuma ser demorado. Também, por sermos novos em tempo de docência, com poucos professores doutores, temos um pouco de dificuldade para conseguir bolsas de iniciação à pesquisa.

Quais são os próximos passos do curso de Fonoaudiologia dentro da Faculdade de Medicina da UFMG?

Temos um projeto de pós-graduação, que deve ser inaugurado no segundo semestre de 2011. Falta agora a aprovação.