Covid-19 e Poliomielite: projeto de extensão traz novos dados sobre vacinação

Com o intuito de fornecer informações a respeito da cobertura vacinal no país, projeto de extensão divulgou atualizações sobre vacina da covid-19 e da poliomielite


03 de dezembro de 2024


Foto: Arquivo / Faculdade de Medicina da UFMG

Projeto de Extensão “Vacinas: um ato de amor” da Faculdade de Medicina da UFMG, divulgou novos dados a respeito da baixa cobertura vacinal da Covid-19 em crianças e a mudança na vacinação contra Poliomielite no Brasil. O projeto tem o intuito de fornecer informações confiáveis e relevantes para a população sobre as vacinas e doenças preveníveis por meio da vacinação.

Covid-19

De acordo com o balanço realizado pelos integrantes do Projeto, no mês de setembro de 2024, conforme dados da FioCruz, observou-se aumento dos casos de SARS-CoV-2, com a prevalência entre os casos positivos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) de 34,6% nos casos de SARS-CoV-2 (COVID-19) e a prevalência dos óbitos entre indivíduos positivos foi de 61,9%.

Já no mês de outubro, houve uma queda, sendo a prevalência de 19,0% entre os casos positivos e 24,3% de óbitos entre os casos positivos. Entretanto, mesmo com essa queda recente, ressalta-se a importância de se estimular a vacinação, visto que é através dela que conseguimos o controle da doença e que conseguiremos evitar novas mutações e, consequentemente, um novo aumento dos casos.

Conforme dados do Ministério da Saúde de 2024, há uma baixa cobertura vacinal em todas as faixas etárias, sendo de 19,29% na população adulta no esquema completo de vacinação. Em bebês de 6 meses, a cobertura vacinal completa é de 9,8%. Em crianças de 3 a 4 anos, 14,2% e na faixa de 5 a 11 anos, a cobertura completa está em 22,3%. Essa situação revela a baixa adesão da vacinação, principalmente no público infantil no ano de 2024. Em 2024, foram constatadas 48 mortes de crianças e adolescentes por covid-19 com menos de 14 anos, até o momento. Em 2023, esse número foi de 50 óbitos. Observa-se uma relativa estabilidade no número de óbitos, o que é preocupante.

Confira os dados completos.

Poliomielite

Desde 2016, o Brasil vem apresentando uma cobertura vacinal contra poliomielite abaixo da meta de 95%. Segundo o Ministério da Saúde, em 2022, 77% das crianças menores de um ano receberam a dose da Vacina Injetável Poliomielite (VIP). Dados preliminares de 2023 revelam uma taxa de 84,63%. Até maio de 2024, 85,42% da população havia sido imunizada. Apesar da melhora da cobertura vacinal, os valores ainda estão abaixo do esperado, o que fez com que, em 2023, o país fosse classificado como de alto risco para a reintrodução do poliovírus pela Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas (RCC).

Em 2016, o esquema vacinal infantil contra a poliomielite no Brasil passou a ser feito com três doses da vacina injetável, aos 2, 4 e 6 meses, e mais duas doses de reforço com a vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), aos 15 meses e 4 anos.

Em 2023, o Ministério da Saúde anunciou que iria substituir gradualmente a vacina oral poliomielite pela vacina inativada poliomielite a partir de 2024. A decisão foi feita em acordo com a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), da qual a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) faz parte.

No novo esquema, a vacina oral poliomielite bivalente (VOPb) entrará em desuso, sendo suas doses de reforço substituídas por uma única da vacina inativada poliomielite.

– Esquema antigo:

VIP – 1ª dose aos 2 meses; 2ª dose aos 4 meses e 3ª dose aos 6 meses.

VOPb – 1ª dose de reforço aos 15 meses; 2ª dose de reforço aos 4 anos.

– Novo Esquema:

VIP –  1ª dose aos 2 meses; 2ª dose aos 4 meses; 3ª dose aos 6 meses; Dose de reforço aos 15 meses.

Além da substituição da VOP, não será mais administrado reforço aos 4 anos. Sendo assim, o esquema oferecido pelo PNI será de três doses (aos 2, 4 e 6 meses) e um reforço aos 15 meses.

Confira os dados completos.