Cuidados com a visão para a vida inteira


19 de junho de 2013


Os cuidados com os olhos devem começar logo após o nascimento, antes mesmo da saída da maternidade, com a realização do “teste do olhinho”, ou teste do reflexo vermelho, que avalia a visão do recém-nascido. Daí em diante, a consulta com o oftalmologista deve ser uma rotina em todas as faixas etárias.

Sebastião Cronemberger responde dúvidas dos participantes. Foto: Bruna Carvalho.

A orientação é do professor Sebastião Cronemberger, do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da UFMG, que apresentou a palestra “Cuidando dos seus olhos”, dentro do projeto Quarta da Saúde, nesta quarta, 19.

Na infância, os pais devem ficar atentos quando a criança tem o hábito de ficar com o “pescoço torto”. Segundo Cronemberger, este pode ser um sinal de que os olhos não estão totalmente paralelos – o que caracteriza o estrabismo. Algumas vezes, o desvio nos olhos pode não ser perceptível. Por isso, é importante levar a criança ao oftalmologista: só ele será capaz de identificar algumas formas de estrabismo, através de exames adequados.

De acordo com o professor, de 2 a 4% das crianças com idade até cinco anos têm algum problema ocular. Acima dos seis anos, o percentual de crianças que precisam usar óculos é de cerca de 12%. Sintomas como dor na região frontal da cabeça, ao voltar da escola ou depois de fazer o dever de casa, podem indicar a necessidade de correção visual.

Na adolescência, os problemas mais comuns são miopia (dificuldade para enxergar de longe), hipermetropia (dificuldade para ver de perto), astigmatismo (defeito na curva da córnea, geralmente associado a miopia), e o ceratocone, que é uma deformação na córnea.

Adultos

Na fase adulta, especialmente depois dos 40 anos, muitas pessoas se queixam da “vista cansada”, a presbiopia, decorrente do enfraquecimento normal de um músculo localizado no interior do olho. A orientação, como sempre, é procurar um especialista. “Não se deve comprar óculos sem ser examinado por um oftalmologista. Até porque algumas doenças podem ser latentes, ou seja, o indivíduo não sente nada. É o caso do glaucoma, da catarata e até mesmo de um tumor no olho”, alertou o professor.

Sebastião Cronemberger destacou que o glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível. Já a catarata, caracterizada pela opacidade do cristalino, pode ser curada por meio de cirurgia. A degeneração macular relacionada à idade, por sua vez, que afeta a retina, pode ser prevenida, por exemplo, com uma alimentação saudável e acompanhamento médico periódico.

Entre os idosos, outro desconforto recorrente é o chamado “olho seco” que, segundo Sebastião Cronemberger, costuma estar associado a um distúrbio na glândula lacrimal. As mulheres são as principais afetadas, especialmente no período da menopausa, como consequência das alterações hormonais. A solução consiste no uso de colírios lubrificantes, mas com cautela.

“Devemos ter cuidado com o uso dos colírios, porque eles não são todos iguais. Alguns colírios, ao dilatar a pupila, podem levar a uma crise aguda de glaucoma. É preciso ter cuidado, sobretudo, com os colírios que contém corticóides em sua composição”, ressaltou o professor.

Para todas as idades

Sebastião Cronemberguer enumerou alguns cuidados que valem para todas as faixas etárias: evitar acidentes domésticos, principalmente com facas e tesouras, que podem provocar perfurações; usar o cinto de segurança nos veículos – os acidentes automobilísticos podem provocar traumas que afetam a visão; usar óculos de proteção para trabalhos perigosos, como o dos soldadores; e jamais observar um eclipse sem proteção para os olhos.