Curso de Tecnologia em Radiologia prepara estudante para diversas áreas de atuação

Curso tem disciplinas da área de física, aplicação das radiações, energia nuclear e médica.


12 de julho de 2016


Curso tem disciplinas da área de física, aplicação das radiações, energia nuclear e médica. 

O curso superior de Tecnologia em Radiologia da Faculdade de Medicina da UFMG recebe, anualmente, 80 alunos e já formou cinco turmas. Com duração de quatro anos, o objetivo do curso tecnológico é formar um aluno preparado para atuar no mercado de trabalho. A coordenação é de responsabilidade do Departamento de Anatomia e Imagem da Faculdade de Medicina.

De acordo com o coordenador do colegiado de Tecnologia em Radiologia, Paulo Márcio Campos de Oliveira, o curso é multidisciplinar e tem disciplinas da área de física, aplicação das radiações da indústria, energia nuclear para a produção de energia elétrica, além da parte médica. “Por causa dessa diversidade, nós temos professores de várias áreas, físicos, tecnólogos, cientistas da computação, farmacêutico, médicos, principalmente radiologistas ou da área de medicina nuclear”, explica.

Ao todo, 28 professores compõem o corpo docente do curso, que conta com disciplinas como “Empregos Pacíficos das Radiações Ionizantes”, “Anatomia Humana e Radiológica”, “Física das radiações”, “Ética no diagnóstico por imagem”, “Radiobiologia e Radioproteção”, além de disciplinas teórico práticas em mamografia, tomografia computadorizada, radiologia convencional, exames contrastados, ressonância magnética, medicina nuclear entre outros.

IMG_7712Mercado de trabalho

Várias são as áreas que o Tecnólogo em Radiologia pode atuar após a formação. Segundo Paulo Márcio, os hospitais de grande porte e os centros de especialidades médica precisam de tecnólogos capacitados.

O supervisor de proteção radiológica é aquele profissional que pode verificar o trabalho de toda equipe e gerenciar para que ele seja efetuado da forma correta para a qualidade do produto final. “Para um correto diagnóstico são necessárias imagens de boa qualidade, porém com menor nível de radiação nos pacientes, nos profissionais no entorno e nos indivíduos do público. Esses profissionais precisam conhecer normas, novas e antigas tecnologias e o nosso tecnólogo já sai pronto para isso”, avalia Paulo Márcio.

De acordo com o professor, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza que esse trabalho seja desempenhado por um médico radiologista ou por um profissional que tenha conhecimento de física das radiações e proteção radiológica. Entretanto, o médico que trabalha em grandes centros realiza outras funções, como as avaliações clínicas e diagnósticas, não sobrando tempo para olhar questões legais e burocráticas da proteção radiológica.  “Os gestores dos grandes centros estão enxergando isso. O que se acreditava ser uma economia de recursos, pode acarretar em perdas de tempo e dinheiro. Os equipamentos, quando não estão funcionando corretamente e a vigilância detecta, ela pode interditar o serviço radiológico e ele fica parado”, avalia.

O tecnólogo também pode ser um application, que quando uma clínica ou hospital compra equipamentos, o profissional ensina a utilizá-los, mostrando os softwares, as funcionalidades, além de calibrar os parâmetros técnicos da imagem.

De acordo com Paulo Márcio, o tecnólogo pode trabalhar também com Radiologia Industrial. O curso não habilita o profissional para isso, mas dá conhecimento para que ele faça as provas para obter o credenciamento necessário. Este profissional faz, por exemplo, imagens de estruturas metálicas, verificação de integridade estrutural de soldas em dutos e turbinas de avião, por exemplo.

Além disso, o profissional pode seguir a carreira acadêmica, já que o tecnólogo, ao ter o título, está apto a fazer mestrado e doutorado.

Riscos

Como o tecnólogo lida com a radiação, é comum associar o trabalho dele a riscos. Mas Paulo Márcio explica que os estudantes aprendem na disciplina de proteção radiológica como deve ser o trabalho de um tecnólogo e, seguindo os princípios internacionalmente aplicados e aprendidos durante o curso, o risco é mínimo.

Os profissionais que realizam mamografia e tomografia, por exemplo, não operam próximos ao aparelho, há blindagens seguras. “Existem áreas em que ele pode ser mais exposto, como a da Medicina Nuclear, mas com os procedimentos adequados, o risco é minimizado. Se formos pensar dessa forma, o paciente nunca faria o exame e ele faz, porque o benefício supera o risco. Assim como a correta atuação de um profissional, no qual o indivíduo é pouco exposto e o benefício daquele procedimento deve superar o risco para as pessoas e o meio ambiente”, exemplifica Paulo Márcio.