Docentes da Medicina estão entre nomeados para câmara técnica da Anvisa

Com mandato de três anos, professores da Medicina e do ICB vão oferecer suporte científico aos processos de regulamentação e avaliação de pesquisas clínicas de medicamentos realizados pelo órgão


23 de outubro de 2025 - , ,


Câmara Técnica da Anvisa foi criada no ano passado com o objetivo de estruturar a oferta de suporte técnico-científico aos processos de regulamentação e de avaliação realizados pelo órgão
Câmara Técnica da Anvisa foi criada no ano passado com o objetivo de estruturar a oferta de suporte técnico-científico aos processos de regulamentação e de avaliação realizados pelo órgãoFoto: Marcelo Camargo | Agência Brasil

Professores da UFMG foram nomeados, neste mês, para a Câmara Técnica de Pesquisa Clínica de Medicamentos e Dispositivos Médicos (Catepec) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Catepec tem o objetivo de oferecer suporte técnico-científico aos processos de regulamentação e de avaliação de pesquisas clínicas de medicamentos e dispositivos médicos realizados no âmbito da Coordenação de Pesquisa Clínica em Medicamentos e Produtos Biológicos (Copec) e da Coordenação de Pesquisa Clínica de Produtos para Saúde (CPPRO) da Anvisa.

Angélica Nogueira Rodrigues, professora da Faculdade de Medicina
Angélica Nogueira Rodrigues, professora da Medicina Foto: Arquivo pessoal

A criação da Catepec ocorreu há cerca de um ano. À época, a Anvisa informou que outra finalidade do órgão, que tem caráter consultivo, é monitorar o desenvolvimento científico e tecnológico em vigilância sanitária, com vistas a modernizar, racionalizar e agilizar a atuação regulatória da Anvisa no controle sanitário de pesquisas clínicas, subsidiando o registro e pós-registro de medicamentos e dispositivos médicos. Com a nomeação dos membros da câmara, a Anvisa pretende padronizar a participação de agentes externos nos seus processos decisórios relacionados à pesquisa clínica para fins regulatórios.

Angélica Nogueira Rodrigues e Jorge Pinto de Andrade, da Faculdade de Medicina, Renan Pedra de Souza, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), são os docentes da UFMG passam a integrar a câmara, que conta com nove membros titulares e nove suplentes de diferentes áreas. “A troca entre diferentes especialidades é essencial para aprimorar a avaliação das pesquisas clínicas e apoiar decisões cada vez mais baseadas em evidências”, afirma o professor Renan Pedra. “É uma satisfação integrar a Catepec e contribuir para o fortalecimento do processo científico e regulatório já conduzido com tanto rigor pela Anvisa”, demarca.

Os profissionais deverão atuar como membros de grupos de trabalho formados no âmbito da câmara técnica, seja como especialistas convidados para reuniões específicas, a serem realizadas de acordo com o interesse, a conveniência e a oportunidade da Anvisa. “Os subsídios técnicos oriundos da Catepec servirão como fonte de evidências científicas para aprimorar o processo de tomada de decisão no âmbito das áreas técnicas”, informa-se na notícia veiculada no site da agência. O mandato é de três anos.

A Câmara Técnica reúne integrantes titulares e suplentes sempre vinculados às mesmas universidades. No caso da UFMG, os suplentes dos titulares da UFMG são, respectivamente, Carolina Martins Vieira, cancerologista clínica e coordenadora da Residência Médica de Oncologia do Hospital das Clínicas, Helton da Costa Santiago, professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB, e Flávia Gomes Faleiro Ferreira, professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina.

Currículos dos membros
Professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina e coordenadora da pesquisa em Oncologia da UFMG, Angélica Nogueira Rodrigues é graduada em Medicina pela própria UFMG (2002), com residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas (2004), residência em Oncologia Clínica pelo Instituto Nacional de Câncer (2006) e Fellow em Pesquisa Clínica pelo Instituto Nacional de Câncer (2008). Cursou mestrado em Saúde da Mulher pela UFMG (2009) e doutorado em Oncologia pelo Instituto Nacional de Câncer (2013), além de dois pós-doutorados, um pela Harvard University (2017) e outro pela Stanford Graduate School of Business (2025). É hoje a presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia (SBOC).

Jorge Andrade Pinto também fez toda sua formação na UFMG: graduação em Medicina (1986), mestrado em Ciências da Saúde (1992) e doutorado em Ciências da Saúde (1999). Chefe do Serviço de Imunologia Clínica do Hospital das Clínicas da UFMG, tem forte atuação como orientador no Programa de Pós-graduação em Pediatria da UFMG, voltado para a saúde da criança e do adolescente. Já orientou ou co-orientou 34 mestrandos e 19 doutorandos na realização de suas pesquisas. É membro dos principais comitês nacionais e de comitês internacionais voltados para o campo das DSTs e da aids e da terapia antirretroviral, com foco nas crianças, nos adolescentes e nas gestantes.

Jorge Andrade Pinto, professor da Faculdade de Medicina
Jorge Andrade Pinto, professor da Faculdade de Medicina Foto: Faculdade de Medicina
Renan Pedra de Souza, professor do ICB
Renan Pedra de Souza, professor do ICB Foto: Guilherme Dardanhan | ALMG

Além deles, o professor Renan Pedra de Souza, do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução do Instituto de Ciências Biológicas, fez sua formação na UFMG: graduação em Ciências Biológicas (2004) e em Estatística (2019) e doutorado em Farmacologia Bioquímica e Molecular (2008). Tem, também, graduação em Sistemas de Informação pela Fumec (2018) e fez dois pós-doutorados no exterior, um no Centre for Addiction and Mental Health, no Canadá (2010), e outro na Virginia Commonwealth University, nos Estados Unidos (2011). Desenvolve pesquisas voltadas para a identificação de preditores da manifestação de doenças e da resposta terapêutica em seres humanos, com ênfase em medicina de precisão e epidemiologia molecular. Atua, também, como cientista de dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).


Com Ewerton Martins Ribeiro