Enfermagem pesquisará obesidade em crianças e usuários da atenção primária

Dois projetos receberão financiamento superior a R$ 400 mil


11 de fevereiro de 2021 - , , , , , ,


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Um dos estudos tem como alvo pessoas com mais de 20 anos e indicação de cirurgia bariátrica. Foto: Domínio público / Pxhere 

Dois projetos de pesquisa sobre manejo da obesidade, do Departamento de Nutrição da Escola de Enfermagem, foram contemplados com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundación Mapfre, da Espanha.

O projeto Manejo da obesidade infantil no contexto da Atenção Primária à Saúde: uma abordagem baseada na intervenção intensiva de múltiplos componentes, coordenado pela professora Larissa Loures Mendes, receberá R$ 100 mil do CNPq e R$ 19 mil da Fundación Mapfre. 

Por sua vez, Avaliação da efetividade de intervenção coletiva para o manejo da obesidade em usuários da atenção primária com indicação de cirurgia bariátrica, coordenado pela professora  Aline Souza Lopes, receberá do CNPq R$ 294 mil.

Cuidado infantil

Sobre o trabalho que coordena, Larissa Mendes explica que a intervenção proposta envolverá crianças entre sete e 10 anos de idade, cadastradas na atenção primária à saúde (APS) do município de Betim, considerando variáveis que incluem a família, a escola e a comunidade. “O objetivo é gerar evidências científicas e subsídios práticos para a execução de intervenções de combate à obesidade focadas não apenas no indivíduo, mas também no contexto em que ele está inserido”, detalha.

O estudo será realizado em 14 unidades de saúde, distribuídas entre regionais administrativas do município. Serão incluídas as crianças com diagnóstico de obesidade. Indivíduos com transtornos mentais graves ou que façam uso de medicamentos para a perda de peso são considerados inaptos para a pesquisa.

De acordo com Larissa Mendes, serão investigadas as mudanças no peso corporal, no comportamento alimentar e no ambiente alimentar domiciliar das crianças durante o isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus. “As intervenções visam reverter comportamentos nocivos à saúde das crianças”, afirmou.

Cirurgia bariátrica

De acordo com a professora Aline Lopes, os indivíduos incluídos em seu estudo serão escolhidos entre usuários do Programa Academia da Cidade (PAC) de Belo Horizonte. Os participantes – obesos, com 20 anos ou mais – deverão atender aos critérios para realização de cirurgia bariátrica.

A triagem, segundo a docente, incluirá informações sociodemográficas e antropométricas. “Serão consideradas variáveis como condições e comportamentos de saúde, letramento em saúde, histórico e atitudes frente ao peso corporal, escolhas alimentares e habilidades culinárias, entre outras”, explica.  

As atividades habituais ofertadas pelo PAC serão mantidas, combinadas às orientações sobre alimentação e nutrição. Usuários com indicação de tratamento cirúrgico participarão de oficinas e serão acompanhados por meio de ligações telefônicas.

“A efetividade das intervenções será avaliada com base no modelo lógico elaborado para a pesquisa. O desfecho principal desejado é a redução do peso e da circunferência da cintura”, completa Aline Lopes.

O financiamento do CNPq busca, entre outros objetivos, apoiar projetos focados em formação de recursos humanos e gerar produtos e processos para aprimoramento da atenção primária à saúde. A Fundación Mapfre, por seu turno, apoia a investigação de estratégias para prevenção da obesidade, promoção da atividade física, avaliação de lesões corporais e gestão em saúde.

As bolsas destinam-se a investigadores ou a equipes de investigação no domínio acadêmico e profissional que desenvolvam programas de forma autônoma ou no âmbito de universidades, hospitais, empresas ou centros de investigação. A duração do auxílio é de um ano a partir da data de formalização.


(Centro de Comunicação da UFMG com Assessoria de Comunicação da Escola de Enfermagem)