Enfrentamento da Aids pelo SUS é tema do História da Medicina
27 de agosto de 2018
A epidemia da Aids, os avanços e desafios no seu enfrentamento serão debatidos no História da Medicina desta sexta-feira, 30 de agosto, promovido pelo Centro de Memória da Faculdade de Medicina da UFMG (Cememor). A aula aberta “A resposta brasileira no enfrentamento da Aids como exemplo para acesso universal em saúde pública” ocorre das 11h30 às 12h30, na sala s146, no andar subsolo da Faculdade de Medicina da UFMG, em frente ao Laboratório de Anatomia Humana. Não é necessária inscrição prévia.
O palestrante convidado é o professor emérito do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Dirceu Greco. De acordo com ele, a aula debate um problema de saúde pública importante. “O aparecimento da epidemia da Aids no início dos anos de 1980, com a expectativa confirmada de atingir todos os países, fez com que o Brasil planejasse enfrentar essa ameaça de maneira intensa, precoce e abrangente”, avalia.
No encontro, também serão discutidos os desafios da luta contra o preconceito, a discriminação e a violência relacionada à opção sexual, bem como a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) no enfrentamento da Aids.
Enfrentamento da Aids
Há mais de três décadas, foi definida a criação de um programa nacional de DST e Aids, ligado ao Ministério da Saúde. De acordo com o professor, esse enfrentamento precoce reuniu diferentes atores sociais, de diversas áreas, e coincidiu com momentos importantes vivenciados no país, como a nova constituição federal brasileira de 1988 e o estabelecimento do SUS em 1990.
“Na minha avaliação, a resposta brasileira no enfrentamento da Aids, que acabou por se tornar exemplo internacional, não teria acontecido da maneira como aconteceu se não houvesse sido criado o SUS, com seus pressupostos de integralidade, universalidade, equidade, integralidade e capilarização”, afirma.
Trajetória
Médico, professor de clínica médica e doutor na área de doenças tropicais, Dirceu Greco tem longa trajetória na pesquisa sobre o tema. Em 1985, ele coordenou o Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias (SDIP) do Hospital das Clínicas da UFMG, que foi instituído nessa mesma época pelo setor de Imunodeficiências do hospital. O serviço foi inaugurado a partir da necessidade de estabelecer locais e serviços para receber, diagnosticar, orientar e participar da prevenção da doença, além de tratar de maneira adequada as pessoas expostas ao risco ou que vivem com HIV.
O professor publicou, recentemente, o estudo “Trinta anos de enfrentamento à epidemia da Aids no Brasil, 1985-2015”, com a mesma temática da aula aberta desta sexta-feira. Dirceu sugere ainda o artigo “Response to the AIDS Pandemic —
A Global Health Model” como leitura complementar ao encontro.
História da Medicina
O Cememor oferece a disciplina História da Medicina, em que são discutidos temas como nascimento da ciência moderna e o desenvolvimento do método científico, a ciência contemporânea e seus desafios, a pesquisa e a discussão sobre novas fontes de história, por professores convidados. A disciplina é ofertada como optativa e de formação livre dentro do sistema da UFMG, mas a participação é aberta para qualquer pessoa, sem necessidade de inscrição prévia.
Mais informações: (31) 3409-9106 (Cememor)