Série apresenta avanços no tratamento da esclerose múltipla

Avanços permitem melhorar a qualidade de vida dos pacientes.


01 de setembro de 2017


Nova série de rádio apresenta a esclerose múltipla, sintomas e avanços recentes nos tratamentos, que permitem melhorar a qualidade de vida dos pacientes

A esclerose múltipla é uma doença degenerativa autoimune que afeta o sistema nervoso central e acomete, na maioria dos casos, mulheres de pele clara entre vinte e quarenta anos. Seus sintomas mais comuns são fadiga, embaçamento da visão, problemas motores e de fala. A doença não tem uma forma de apresentação única, impedindo que seus diagnósticos e tratamentos sejam uniformizados, mas avanços terapêuticos desde a última década vêm proporcionando aos pacientes a possibilidade de viverem suas rotinas sem maiores obstáculos.

“A gente teve no Brasil, até 2010, um único tipo de tratamento e não era muito eficaz. Com o surgimento de novos medicamentos, orais, intravenosos, mudou muito a realidade da esclerose múltipla, porque são medicamentos muito eficazes. O paciente fica com a vida normal”, avalia o médico neurologista do Centro de Investigação em Esclerose Múltipla (Ciem) do Hospital das Clínicas da UFMG, Rodrigo Kleinpaul.

Devido à doença apresentar características próprias em cada indivíduo, Kleinpaul sugere que os pacientes não devem comparar seus casos, já que a progressão da esclerose múltipla pode ocorrer de formas diferentes. Além disso, ele fala sobre o “encaixe” do tratamento. “É como se fosse tentativa e erro. A gente avalia a tolerância, eficácia e efeitos colaterais daquele remédio. Se o paciente tolerou e o medicamento teve a eficácia que a gente espera, provavelmente ele vai viver anos sem ter surto. O avanço no tratamento foi muito grande”, afirma o neurologista.

Quebra do estigma

Por ser uma doença degenerativa e que influencia, por exemplo, nas capacidades de fala e locomoção, há uma série de estigmas relacionados à esclerose múltipla. Esses estigmas surgem tanto da pessoa diagnosticada como da sociedade em geral, que desconhecem a realidade atual de tratamento.

“É importante a compreensão dos familiares, amigos, namorados. Às vezes, pacientes não querem contar a condição às pessoas próximas por medo de preconceito. Então temos que tirar esse estigma, pois apesar de ser uma doença rara, ela não é transmissível, não é infecciosa, tem tratamento e o paciente vai ter a mesma expectativa de vida que teria antes, vai levar uma vida normal”, reforça Rodrigo Kleinpaul.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 187 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

Redação: Bernardo Estillac | Edição: Lucas Rodrigues