Especialista dá orientações sobre primeiros socorros em caso de fraturas ósseas

No podcast da semana, professor explica que fraturas na cabeça, coluna e quadril exigem maior cuidado e atendimento médico imediato.


21 de março de 2023 - , , , ,


*Madu Mendonça

As fraturas ósseas são uma das principais causas dos atendimentos de urgência nos hospitais brasileiros e acometem pessoas de todas as faixas de idade. Essas lesões são, geralmente, causadas por traumas, como acidentes de trânsito ou quedas, e o manejo correto do membro acidentado durante os primeiros socorros é fundamental para garantir uma boa recuperação. 

De acordo com o professor do Departamento do Aparelho Locomotor da Faculdade de Medicina da UFMG e convidado do Saúde com Ciência desta semana, Ubiratan Brum de Castro, cada fratura exige um cuidado diferente, a depender de qual membro foi afetado. Ele destaca, por exemplo, que as lesões na cabeça, coluna e quadril demandam maior atenção e necessitam de atendimento médico imediato. 

“No caso das fraturas que envolvam cabeça, coluna ou quadril, é indicado chamar os atendimentos especializados pré-hospitalares: o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ou o Corpo de Bombeiros. Por exemplo, a pessoa caiu de uma escada em casa e está deitada no chão sentindo dor, ela precisa ser imobilizada por uma equipe que está acostumada com o socorro”, destaca.

Já nas fraturas que acometem os membros superiores, como braço ou mão, é possível que o acidentado seja levado a um centro de saúde por meio de transporte particular, sem necessidade de espera do Samu ou Corpo de Bombeiros. O professor orienta que, nesses casos, seja realizada a imobilização do membro afetado. “No caso de uma fratura no braço, por exemplo, você pode imobilizá-lo apenas sustentando-o ou colocando uma tipóia e procurando o atendimento”, afirma.  

Além dessas situações, o especialista também dá indicações quanto ao socorro de pessoas com fraturas expostas. “Nesses casos, em que há sangramento ou ferida perto do foco da fratura, o ideal é não mexer muito com a pessoa. A orientação é cobrir a ferida com gaze ou faixa e transportar o acidentado o quanto antes para um pronto-atendimento”, explica. 

As fraturas expostas são aquelas em que o foco da fratura tem contato com o meio externo. 

Recuperação 

O procedimento médico mais comum perante as fraturas é a redução, que acontece quando o osso é colocado na posição ideal por meio do uso de talas ou aparelhos engessados. Entretanto, esse processo pode mudar de acordo com cada tipo de lesão e algumas exigem, inclusive, intervenção cirúrgica, como nos casos das fraturas expostas. 

O médico destaca, ainda, a importância da fisioterapia para o restabelecimento da mobilidade do membro afetado. “Hoje a gente só fala em sucesso de tratamento se o paciente recuperar o mais próximo possível a função original deste membro. Então, a fisioterapia auxilia na recuperação pós-imobilização ou pós-cirurgia para que o paciente ganhe, o quanto antes, essa capacidade de movimentação ou de equilíbrio”, ressalta.  

Os ossos fraturados são capazes de se recuperar com integridade similar àquela apresentada antes da fratura. “Os ossos são estruturas vivas. Então, são capazes de voltar à sua integridade após uma fratura, exceto no caso de algumas doenças. Porém, se esse trauma comprometer a estrutura do osso, isso pode causar um resultado próximo do normal, mas não completamente normal. Nessas situações, se diz que houve uma sequela da fratura”, finaliza. 

Em casos de fraturas na cabeça, coluna ou quadril, ligue para o 192 e aguarde pelo Samu. 

Saúde com Ciência

O programa de rádio Saúde com Ciência desta semana conversa sobre as fraturas ósseas, entendendo quais devem ser os primeiros socorros, como ocorre a recuperação e por que idosos e crianças têm diferentes respostas perante as fraturas. 

O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.


*Madu Mendonça – estagiária de Jornalismo

Edição: Giovana Maldini