Estímulo dos pais é essencial ao desenvolvimento cognitivo
21 de janeiro de 2016
O desenvolvimento cognitivo está relacionado com habilidades mentais e de conhecimento do mundo. Aptidões como a inteligência, memória e resolução de problemas desenvolvem-se à medida que o cérebro amadurece e se relaciona a outras competências. “Nossa capacidade motora e de comunicação estão diretamente ligada ao desenvolvimento cognitivo. Alguém com deficiência intelectual, por exemplo, costuma ter mais dificuldade em realizar tarefas motoras delicadas”, explica a professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Cláudia Machado Siqueira.
Cláudia afirma que há etapas pré-definidas para o desenvolvimento infantil, mas cada um tem um ritmo individual. “A maioria das crianças senta por volta dos seis meses. Mas, na curva de normalidade, elas têm até os oito meses para isso”, exemplifica.
Segundo a professora, as aquisições cognitivas são mais automáticas até os dois anos. Em geral, o indivíduo engatinha aos nove meses e anda até um ano e seis meses de idade. A partir daí, o desenvolvimento depende muito do que é ensinado. “Uma criança não aprenderá cores se não for incentivada, mas isso não significa que ela tem menos capacidade cognitiva. Ela aprenderá o que lhe for apresentado”, ressalta Claudia.
Nesse período de até dois anos, também se desenvolvem as questões culturais. O indivíduo aprende o que é certo e errado, o comportamento social, a contar e reconhecer letras, além de adquirir mais vocabulário e capacidade motora mais complexa.
A partir dos seis anos, passa-se ao conhecimento acadêmico, aprendido na escola. Para a professora, as creches são aliadas desse progresso. “Esses espaços estimulam o desenvolvimento adequado às idades, porque profissionais trabalham e acompanham essa evolução”, diz.
Atrasos demandam atenção
Quem nunca fez xixi na cama? Até os dois anos e meio é comum o descontrole sobre essas necessidades fisiológicas. Mas, se aos quatro anos a criança ainda usa fralda, existe um problema. “Quando o indivíduo não cumpre um dos marcos, mesmo com estímulo, é preciso atenção. Os pais devem procurar um profissional, seja um pediatra ou psicólogo, para saber o motivo desse atraso”, afirma a professora.
Nesses casos, o problema pode tanto ser a falta de incentivo quanto algum distúrbio, como a deficiência intelectual e o autismo. “Ainda que o indivíduo tenha alguma deficiência, com um meio adequado e estímulo dos pais, ele irá mais longe que aquele que não o tiver”, enfatiza.