Estudo analisa impacto das Academias da Cidade na saúde da população
10 de novembro de 2014
O Observatório da Saúde Urbana de Belo Horizonte (Osubh) inicia, esse mês, a primeira etapa do estudo “Modos e estilos de vida e saúde – estudo das Academias da Saúde e similares em municípios brasileiros: da compreensão do programa à efetividade das ações (Move-se Academias)”. O projeto é uma parceria entre pesquisadores da Faculdade de Medicina da UFMG (FM-UFMG), da Universidade Federal de Pelotas e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
Durante essa primeira fase, que vai até dezembro, serão realizadas entrevistas com moradores do entorno geográfico dos dez polos das Academias da Cidade (AC), distribuídos pelas nove regionais de Belo Horizonte, usuários ou não do programa. O objetivo, inicialmente, é traçar um perfil dessas pessoas, a partir de critérios sócio-demográficos, de estilo e qualidade de vida e de saúde, além de analisar o ambiente físico e social do local de moradia, a aderência e grau de satisfação com o programa.
Segundo uma das coordenadoras da pesquisa e professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG, Waleska Caiaffa, foram sorteadas para visitas 2.860 residências, nas quais um adulto, de 18 anos ou mais, será também sorteado para responder o questionário. Além disso, o sorteado passará por um procedimento de medição de peso, altura, circunferência da cintura, pressão arterial e exame de sangue.
Todas as informações obtidas neste inquérito contribuirão para a maior compreensão do Programa Academias da Cidade, da Prefeitura de Belo Horizonte, e poderão oferecer subsídios para as ações de gestão dessa política. De acordo com Waleska, do ponto de vista da saúde urbana e saúde pública, muitas intervenções são realizadas no espaço urbano com objetivo de criar a possibilidade das pessoas buscarem atividades que possam ter um impacto positivo em sua saúde. “Alguns estudos tem mostrado que os benefícios dessas intervenções às vezes vão para além daqueles que se envolvem com elas diretamente engajando pessoas que, por uma série de razões, mudam seus hábitos e são incentivadas a se exercitar com amigos e familiares utilizando os espaços das Academias da Cidade”, declara.
A pesquisadora explica, ainda, que a pesquisa busca colher resultados científicos que serão divulgados não apenas a população, mas também aos gestores da saúde, que demonstrem os benefícios proporcionados pela prática de atividades físicas e alertem da importância de oferecer nas cidades locais que possibilitem a busca por essa prática, como as Academias da Cidade. “Estudos tem mostrado que nas cidades com locais propícios e agradáveis à pratica de atividade física, em geral as pessoas se exercitam mais, com repercussões benéficas para a saúde cardiovascular, além de apresentarem melhora no humor e no convívio com o próximo”, argumenta Waleska.
Academias da Cidade
Desde 2006, a Prefeitura de Belo Horizonte colocou em funcionamento uma rede de academias, desenvolvida pela Secretaria Municipal da Saúde, para quem deseja melhor qualidade de vida sem gastos financeiros. O programa, que atualmente conta com 59 unidades distribuídas pela cidade, tem o objetivo de melhorar a saúde e prevenir doenças.
Todas as atividades são gratuitas e monitoradas por profissionais de Educação Física. As aulas seguem um planejamento trimestral e os exercícios são feitos com steps, colchonetes, bastões, bolas, arcos e pesos alternativos construídos com garrafas pet e areia, caneleiras, goma elástica e cordas. São realizadas também aulas de dança, caminhada orientada e eventos comemorativos