Estudo avalia impacto positivo do Mais Médicos em Minas Gerais


23 de junho de 2017


A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em parceria com o Conselho de Secretários Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems/MG), reuniu pesquisadores da área de Saúde de todo o Brasil para um estudo multicêntrico sobre o programa Mais Médicos.

Em Minas Gerais, o estudo Atenção Básica à Saúde e o Programa Mais Médicos em Minas Gerais: um estudo de casos múltiplos foi realizado por pesquisadores do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UFMG (Nescon), que entrevistaram 43 pessoas em unidades de atenção primária nos municípios de Juatuba, Barão de Cocais, Belo Horizonte e Conceição das Alagoas

O coordenador acadêmico do Nescon e coordenador do estudo em Minas Gerais, Raphael Aguiar, explica que o estudo buscou identificar diferenciais e inovações trazidas, por médicos estrangeiros, às equipes de Saúde e à comunidade. “Praticamente todas as unidades de saúde estudadas contaram, no passado, com médicos que atendiam apenas em horários específicos, em consultas rápidas, e que não ficavam muito tempo na equipe. Nosso estudo mostra que os médicos estrangeiros nas unidades estudadas trouxeram um novo padrão de comparação para os usuários nesse aspecto”, explica.

Segundo Raphael, o estudo indica que alguns médicos de unidades estudadas realizavam mais ações de prevenção e promoção de saúde do que seus antecessores. Em outros casos, segundo o pesquisador, isso não foi observado, sobretudo em unidades com número excessivo de usuários por equipe e rotatividade de outros profissionais, como o enfermeiro.

De acordo com Jullien Dábini, pesquisadora especialista em Saúde Pública do Nescon, com o estudo é possível demonstrar alguma melhora no acesso e na satisfação do usuário da rede pública, assim como o aumento do vínculo com a comunidade. “O programa Mais Médicos é mais do que apenas a colocação de um novo profissional. Isso é muito importante”, considera.

O estudo pode ser acessado aqui.