Estudos sobre Brumadinho serão lançados em evento do Instituto Guaicuy

Banco de informações construído ao longo dos anos de atuação aborda situação de saúde mental de pessoas atingidas pelo rompimento da barragem em Brumadinho


23 de janeiro de 2024


Rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, despejou rejeitos com metais tóxicos no Rio Paraopeba
Foto: Vinícius Mendonça | Ibama

Na próxima quarta-feira, dia 24 de janeiro às 9h, acontece em Belo Horizonte o evento “Em busca de respostas: Divulgação de dados, estudos e produções elaborados com as pessoas atingidas do Baixo Paraopeba, Represa de Três Marias e Rio São Francisco”, promovido pelo Instituto Guaicuy. A ocasião marca os cinco anos do desastre-crime do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, que deixou 272 pessoas mortas e prejudicou vinte e seis municípios ao longo da Bacia do Paraopeba, da Represa de Três Marias e do Rio São Francisco. 

O objetivo do encontro é compartilhar com a sociedade importantes dados ambientais, socioeconômicos e sobre a saúde das pessoas atingidas pela mineradora. O evento contará com a presença de moradores e moradoras das regiões afetadas, especialmente das regiões assessoradas pelo instituto, e também será transmitido ao vivo pelo Youtube. 

Neste dia, haverá o lançamento oficial do banco de dados e estudos ecossistêmicos sobre os impactos do rompimento da barragem da Vale nos municípios de Curvelo e Pompéu, que compõem a Região 4 [as Instituições de Justiça dividiram os municípios atingidos em cinco regiões diferentes para o processo de reparação], além de Abaeté, Biquinhas, Felixlândia, Martinho Campos, Morada Nova de Minas, Paineiras, São Gonçalo do Abaeté e Três Marias, que integram a Região 5. Todos estes territórios contam com o trabalho de Assessoria Técnica Independente (ATI) do Guaicuy desde 2020. 

Na ocasião, também serão lançados o documentário “De Angueretá a Barra do Rio de Janeiro: o rompimento da barragem da Vale para além de Brumadinho” e a revista ilustrada “Cinco anos do desastre-crime da Vale: no curso das águas, a luta por reparação”.

Serviço

Data: 24 de janeiro de 2024 (quarta-feira)
Horário: 9h às 12h
Local: Auditório da Faculdade de Medicina da UFMG (Av. Prof. Alfredo Balena, 190 – Santa Efigênia, Belo Horizonte)
Transmissão ao vivo pelo canal de YouTube do Guaicuy

Estudos e análises como ferramenta de luta 

Um dos eixos de atuação do Instituto nos primeiros anos foi a realização de análises técnicas em áreas como meio ambiente e saúde. Esta atividade foi  crucial para iniciar o processo de levantamento de danos, bem como garantir a participação informada das pessoas no processo de reparação. Além disso, essas informações foram sistematizadas em documentos e levadas ao conhecimento do Ministério Público, da Defensoria Pública e de órgãos do Estado de Minas Gerais, para que as instituições possam ter mais subsídios para representar e defender as pessoas atingidas. “A divulgação deste material marca um importante passo em direção à compreensão abrangente dos danos ocorridos no território que acompanhamos”, afirma Carla Wstane, diretora do Instituto Guaicuy. 

As informações que serão compartilhadas foram obtidas pela contratação de laboratórios acreditados e de consultorias especializadas. Para garantir o cumprimento de todas as normas, as coletas sempre foram acompanhadas pela equipe técnica do Guaicuy. 

Os dados ambientais primários dizem respeito à avaliação dos seguintes pontos: águas do Paraopeba e reservatórios das Usinas Hidrelétricas Retiro Baixo e Três Marias, sedimentos em rios e lagos, ecotoxicidade de água superficial e sedimentos, solos das áreas marginais ao rio. Além disso, foram coletados e analisados os peixes e outras comunidades aquáticas para avaliação de aspectos ecológicos. 

Em relação às pesquisas em saúde, foi feita a análise da situação de saúde das pessoas atingidas, levando em conta perspectivas sociais, econômicas, biológicas, ambientais, ecológicas e de serviços de saúde. 

Todos os dados e estudos serão disponibilizados no site do Instituto a partir do dia 24.

Saiba mais no site do Instituto Guaicuy…


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