Evolução dos ambientes hospitalares é tema de História da Medicina da próxima sexta
17 de abril de 2018
Carol Prado*
Na próxima sexta-feira, 20 de abril, a disciplina História da Medicina, oferecida pelo Centro de Memória da Faculdade de Medicina da UFMG (Cememor), promove a aula aberta “Evolução das Edificações de atenção à saúde”. A palestrante convidada é a arquiteta da Faculdade de Medicina da UFMG, Eneida Ricardo, que tem especialização em revitalização e é professora da universidade Una, no curso de Arquitetura e Urbanismo.
A aula será das 11h30 às 12h30, na sala s146, no andar subsolo da Faculdade de Medicina da UFMG, em frente ao Laboratório de Anatomia Humana.
O enfoque da aula será na relação entre espaço e atividades a serem desenvolvidas pela prática médica. Para a arquiteta é importante que os profissionais da saúde tenham uma ideia da complexidade de algumas decisões arquitetônicas tanto para o funcionamento de um espaço quanto para a aprovação dessas por órgãos competentes.
“A arquitetura dá respostas para as atividades humanas”, acredita Eneida. “Então para cara período histórico, a ‘cara’ desses hospitais dão respostas sobre o que se pensava naquela época”, continua.
De um lugar de morrer para um lugar de viver
Segundo Eneida, os primeiros hospitais estavam muito ligados a religiões e crenças. “As assistências iniciais eram realizadas nos templos, não havia hospitais de fato. Com o cristianismo, os monges começam os atendimentos dentro das abadias” conta.
A arquiteta menciona o teórico social Michel Foucault para falar sobre a questão da cura em vários momentos da história. “Em um artigo, ele diz que nesse momento, com relação ao cristianismo, a cura era muito mais uma questão de expiação dos pecados de quem curava do que efetivamente da cura do doente” explicou. “Abordarei na aula como essa lógica vai sendo mudada. A questão da cura é passada efetivamente para os médicos, e o hospital passa de um lugar de ‘morrer’ para um lugar de ‘viver’. E isso tudo é refletido nos espaços”, afirma.
Com as novas tecnologias e descobertas, os espaços vão se modificando. “Com o decorrer das pesquisas, que vão relacionar as mortes com as infecções, o inicio de uma preocupação com assepsia e higiene, as edificações tem de dar uma resposta a isso. São criados espaços para esterilização, mais ventilados e mais bem iluminados”, explicou a arquiteta.
Além dos aspectos históricos, Eneida abordará a importância de preocupações com o meio ambiente e descarte de resíduos, que, cada vez mais, fazem parte de uma preocupação relacionada a hospitais e centros e saúde.
História da Medicina
O Cememor oferece a disciplina História da Medicina, em que são discutidos temas como nascimento da ciência moderna e o desenvolvimento do método científico, a ciência contemporânea e seus desafios, a pesquisa e a discussão sobre novas fontes de história, por professores convidados.
A disciplina é ofertada como optativa e de formação livre dentro do sistema da UFMG, mas a participação é aberta para qualquer pessoa, sem necessidade de inscrição prévia.
Mais informações: Cememor – 3409 9106
Redação: Carol Prado – estagiária de jornalismo
Edição: Mariana Pires