Experiência profissional de médicos e enfermeiros faz mortalidade por covid-19 variar entre hospitais


10 de janeiro de 2022


Estudo da Faculdade de Medicina da UFMG com dados de 31 hospitais brasileiros observou que o tipo de financiamento, o PIB per capita da cidade e a experiência da equipe de cuidados intensivos foram associados a uma grande variação na mortalidade intra-hospitalar da covid-19.

Hospitais privados com médicos e enfermeiros mais experientes e situados em cidades com produto interno bruto (PIB) per capita acima da média nacional tiveram as menores taxas de mortalidade hospitalar para covid-19, aponta estudo multicêntrico feito pela Faculdade de Medicina da UFMG, em parceria com o Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS). Os resultados da pesquisa estão em preprint publicado em dezembro.

Os melhores resultados foram em UTIs com turno de trabalho composto por mais de 50% de intensivistas já titulados, com predominância de profissionais com mais de dois anos de experiência, com menor realocação de profissionais de outros setores e com menor proporção de médicos residentes para cada especialista. Foram analisados 31 hospitais de cinco estados brasileiros (Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina), em coorte retrospectiva multicêntrica com 6.556 pacientes confirmados para covid-19.

Os pesquisadores explicam que muitos hospitais estão sofrendo para conseguir mão de obra especializada para as enfermarias e UTIs durante a pandemia de covid-19, o que faz com que haja realocação de profissionais de outros setores e formação de equipes menos experientes. “Nosso estudo mostrou que, além de ter profissionais disponíveis para atender a população, os gestores devem investir em treinamento, suporte e supervisão de médicos e enfermeiros seniores para diminuir a mortalidade da covid-19”, explica Maíra Viana Rego Souza e Silva, pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Infectologia e Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da UFMG, autora da pesquisa.

Uma das conclusões dos pesquisadores é que será necessária maior atenção para o treinamento e formação das equipes em enfrentamento de emergências de saúde pública.

Saiba mais sobre esta pesquisa no site da Faculdade de Medicina da UFMG.