Faculdade de Medicina da UFMG promove primeiro congresso nacional sobre covid-19

Eventos duram uma semana e contarão com cientistas de todo país, além de participantes internacionais e programação para público em geral.


26 de abril de 2021 - , , ,


A Faculdade de Medicina da UFMG recebe o primeiro evento científico sobre covid-19 em nível nacional no Brasil. A programação inclui o 1º Congresso Brasileiro de Evidências Clínicas na Covid-19 – que vai de 3 a 6 de maio – e dois simpósios no dia 7 de maio. As inscrições são gratuitas. Podem participar profissionais de saúde, alunos de graduação, pós-graduação e população em geral.

Pioneira no país, a ação abordará a covid-19 por diversos aspectos: tratamento, prevenção, vacinas, sequelas, impactos em saúde mental e efeitos indiretos (como aumento da violência contra mulher), entre outros. A programação terá palestrantes das regiões Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, além de representantes de universidades estrangeiras, como Oxford e Bristol.

A reitora da UFMG, Sandra Goulart destaca o pioneirismo da instituição. “A UFMG saiu na frente e direcionou seus esforços no enfrentamento da covid-19 desde março de 2020, antes mesmo do reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que a doença causada pelo novo coronavírus se configurava como uma pandemia”, lembra.

Goulart destaca que “no momento mais crítico, pesquisadores, professores e estudantes da Faculdade de Medicina da UFMG se unem para a realização deste Congresso que se configura como mais uma iniciativa da Universidade no combate à covid-19”.

O diretor da Faculdade, professor Humberto José Alves, também ressalta o momento em que a ação ocorre. “Estamos em um momento crítico e esse tipo de evento vai na direção de aproximar os diversos atores, desde estudantes e cientistas até a população. Nossa expectativa é avançar nas discussões de temas fundamentais que a ciência vem iluminando”, afirma.

 “Mais do que nunca, promover discussões e atualizações acerca do conhecimento desenvolvido nesse período, das evidências científicas e das recentes pesquisas sobre as complicações provocadas pelo Sars-Cov-2 tornou-se fundamental. Muitas dessas pesquisas têm sido capitaneadas ou realizadas com participação da UFMG, e esse evento, com envolvimento de pesquisadores internacionais, tem uma função imprescindível de discussão e atualização dos profissionais de saúde, docentes, pesquisadores e estudantes e tornar mais acessível o conhecimento científico produzido sobre o Sars-cov-2 e a covid 19”

Sandra Goulart, reitora da UFMG

Para a professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG e organizadora, Milena Marcolino, a atualização de profissionais pode andar ao lado da disseminação de informações de qualidade para a população em geral. “A expectativa é trazer a melhor evidência científica disponível, com profissionais renomados de diversas partes do Brasil e do mundo. Há muita informação disponível na internet e o nosso objetivo é levar informações de confiança para profissionais e público em geral, já que o evento conta com programação para todos”, afirma. 

Ela pontua que, após um ano do início da crise sanitária, as respostas da ciência abarcam uma parte importante do manejo. “A ciência já avançou bastante, mas ainda há lacunas de conhecimento em relação ao melhor tratamento para reduzir mortalidade, à efetividade de vacinas, à duração da imunidade adquirida e aos pacientes com sintomas persistentes pós-agudos”, explica. 

“A UFMG tem se mostrado muito relevante no manejo da covid-19” 

Milena Marcolino, professora da Faculdade de Medicina e organizadora do evento

Milena preside o congresso, que conta com estudantes e pesquisadores voluntários na equipe. A origem do evento foi a pesquisa “Registro Hospitalar Multicêntrico Nacional de Pacientes com Covid-19”, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) – ação que conta com 37 hospitais colaborando na produção de evidências clínicas. A UFMG e o Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS) apoiam a iniciativa do congresso. O evento já recebeu mais de 13 mil inscrições, contando com os simpósios.

Na abertura, dia 3 de maio, a professora Trish Greenhalgh, da Universidade de Oxford (Inglaterra) falará sobre o manejo de pacientes com sintomas persistentes, após a covid-19. Greenhalgh é uma acadêmica internacionalmente reconhecida em atenção primária à saúde com passagens também pela na University College London e na Queen Mary University of London.

A programação completa pode ser conferida no site do evento. Acompanhe atualizações pelo perfil do congresso no Instagram.

Clique aqui e se inscreva no 1º Congresso Brasileiro de Evidências Clínicas na Covid-19, voltado para profissionais de saúde, estudantes e gestores da área. 

As atividades terão transmissão do canal da Coordenadoria de Assuntos Comunitários (CAC) da UFMG e contarão com intérpretes de Libras. A organização busca parcerias para o financiamento da tradução simultânea das palestras em inglês.

Simpósios: acadêmicos e combate a fake news

Na mesma iniciativa, dois simpósios trarão apresentações de estudantes e debates sobre mitos e verdades envolvendo a doença. Eles fecham a semana do evento, no dia 7 de maio.

O 1º Simpósio “Mitos e Verdades Sobre a Covid-19” será voltado para a população em geral. Utilizando linguagem acessível e informações confiáveis, temas importantes sobre a pandemia serão apresentados. Entre as mesas, que vão de 18h30 a 21h30, serão abordados o reconhecimento de fake news, vacinação, máscaras, “kit covid” e outros.

As informações falsas são um agravador da crise. “Entre produzir evidências e esse conhecimento chegar ao profissional de saúde e na população em geral há um grande gap. Informações falsas comprometem o cuidado com pacientes com covid, às vezes levando ao aumento do risco”, alerta a professora Milena Marcolino. Ela cita como exemplo sites com referências falsas ou descontextualizadas sobre uso da ivermectina.

Inscreva-se no 1º Simpósio Mitos e Verdades sobre a Covid-19, voltado para a população em geral.

Estudantes de graduação dos cursos da área da saúde também têm espaço para apresentações. O 1º Simpósio Acadêmico de Evidências na Covid-19 vai de 14h às 18h e terá palestras voltadas para a atuação dos acadêmicos, além de apresentação de projetos de pesquisa.

Na programação estão assuntos como estratégias para o diagnóstico laboratorial, tratamento, papel dos estudantes e mundo pós-covid.

Inscreva-se no 1º Simpósio Acadêmico de Evidências na Covid-19, voltado para estudantes da área da saúde.

Com programação diversa e inclusiva, a expectativa das organizadoras é abarcar uma visão ampla da crise sanitária e contribuir para redução de mortalidade e superação dos casos da doença. “Juntos somos fortes no manejo contra a covid-19”, finaliza Marcolino.

Prédio da Reitoria. Foto: Foca Lisboa / UFMG

Atuação da UFMG
Desde o início da pandemia a UFMG vem atuando no combate à crise sanitária. “Além do trabalho essencial de assistência do Hospital das Clínicas da UFMG e do Hospital Risoleta Tolentino Neves, sob gestão da Fundep/UFMG, já são mais de 200 pesquisas e atividades de extensão desenvolvidas, bem como amplo trabalho de informação e divulgação sobre o novo coronavírus. Por meio dessas atividades, buscamos aumentar o conhecimento científico sobre o novo coronavírus e sobre a doença e atender as demandas da sociedade”, afirma a reitora Sandra Goulart.

Ela lembra também da atuação no diagnóstico da doença (respondendo por cerca de 30% dos testes realizados para a identificação da covid-19 no estado), no desenvolvimento de vacinas e medicamentos. “Um dos sete projetos de imunizantes da UFMG está entre os três em estágio mais avançado no Brasil. São mais de 100 pesquisadores docentes e mais de 400 profissionais, técnicos, pós-doutores, estudantes de pós-graduação e de graduação envolvidos com essas pesquisas”, completa.