Faculdade de Medicina participa da campanha internacional “Stand Up for Nuclear”

Objetivo é desmistificar a área nuclear, que tem impactos positivos em diversos setores.


22 de setembro de 2020 - , , ,


Energia limpa e mudanças climáticas são temas levantados na campanha .Foto: Stand Up for Nuclear Zurique (Suíça).

Neste mês de setembro o colegiado do Curso de Tecnologia em Radiologia da Faculdade de Medicina da UFMG participa da campanha internacional “Stand Up for Nuclear”. Além do Colegiado, o Diretório Acadêmico Marie Curie (DAMC) e a Liga Acadêmica de Radiologia (Lacard), também promovem o movimento, que conta com evento online no dia 26 e tem objetivo de desmistificar a área nuclear.

De acordo com a professora Priscila Santana, membro do Colegiado do Curso Superior de Tecnologia em Radiologia, a Faculdade de Medicina não poderia deixar de apoiar esse evento. “Como referência nacional na Tecnologia em Radiologia, é nosso dever apoiar os eventos que têm como objetivo ensinar, esclarecer e desmistificar inseguranças da população sobre o uso da energia nuclear para fins pacíficos”, ressalta Priscila.

A professora reforça que o evento é importante para a Faculdade e tem apoio das principais entidades de estudo e pesquisa da área nuclear, contando também com diversos pesquisadores, estudantes e da sociedade engajada nas mudanças climáticas. “Mais uma vez a UFMG demonstra seu interesse em contribuir na construção de uma sociedade bem informada com a participação efetiva de alunos e professores. Pois, a população geralmente liga a palavra nuclear somente a desastres passados”, complementa.

Estudantes contra o estigma

Estudantes em campanha na Califórnia. Foto: Stand Up for Nuclear.

Aluno da Radiologia e presidente da DAMC, Ricardo Martins explica que a campanha incentiva os alunos a atuarem como embaixadores dos benefícios e aplicações das tecnologias nucleares perante à população, já que área sofre com desinformação. “Campanhas como esta são fundamentais para que esses futuros profissionais entendam sua posição quanto à tecnologia que dominam, atuando como reais conscientizadores: popularizando seus usos, desmistificando inverdades e ampliando conhecimento sobre as aplicações e benefícios de tecnologias radiológicas e nucleares”, pontua.

Ele ressalta, ainda, que o evento abre portas profissionais para os membros envolvidos e pode vir a beneficiar todo corpo discente com prováveis futuras parcerias. Mais do que o evento, a posição dos alunos é que esse trabalho de conscientização não se limite apenas no período da campanha.

Uma inovação da área nuclear que chama a atenção dos estudantes é o Diagnóstico por Imagem, destacando a tomografia por emissão de pósitrons/com a ressonância magnética PET/RM. O PET/RM possui vantagens importantes, incluindo melhor contraste e resolução, com menor radiação ionizante, em comparação à tomografia por emissão de pósitrons computadorizada PET/TC. Pode beneficiar pacientes oncológicos, para avaliar o cérebro, cabeça e pescoço, fígado e pelve.

Mitos e potenciais da Tecnologia Nuclear

A área nuclear ainda é vista de maneira muito negativa. Tecnologias nucleares estrearam no mundo com forte ligações às guerras, como no advento da bomba atômica. Para contribuir com os aspectos negativos, aconteceram acidentes nucleares de Chernobyl e Fukushima, além do acidente radiológico de Goiânia, que colaboraram para esse olhar suspeito a tudo que se associa aos termos “nuclear”, “atômico” e “radioativo”. De acordo com Danila Dias, uma das organizadoras do evento no Brasil, a falta de conhecimento dos temas em geral abre espaço para o medo, confusão e alta percepção de risco da população, impedindo que as inúmeras aplicações nucleares positivas sejam percebidas.

Ela entende que, sem as ciências nucleares e das radiações, estaríamos vivendo em níveis inferiores de desenvolvimento. “Infelizmente ainda somos um povo amplamente deseducado nos temas ciência, energia, radiações. Por isso, a proposta é que a campanha nacional seja principalmente educativa, esclarecendo conceitos básicos sobre esses temas”, explica Danila.

O setor nuclear está presente no diagnóstico e tratamento médico, no combate à dengue, na purificação da água, agricultura, preservação de alimentos, geração de energia limpa, desenvolvimento tecnológico, industrial, na proteção do meio ambiente e até mesmo na preservação de patrimônio cultural.

Campanha: “Nuclear é pop!”

Campanha Stand Up for Nuclear Brazil.

Danila explica que o setor nuclear é muito conservador e a linguagem técnica e formal não conversa com o público jovem. “A ideia é que consigamos trazer conceitos muito importantes, mas em um formato leve, criativo e simples. O mote da campanha no Brasil será: “Nuclear é pop!”, ressalta a organizadora.

A campanha “Stand Up for Nuclear” acontece ao redor do mundo todos os anos, possui uma proposta de engajamento com uma linguagem simples, leve, divertida e jovem, servindo para aproximar as pessoas da ciência. O objetivo é descomplicar e tornar o tema da ciência nuclear popular e acessível.

O evento vai acontecer de forma virtual através do canal do YouTube Sua Ciência e no Facebook na página StandUpForNuclearBrazil. O Brasil participa desse evento pela primeira vez e está sendo liderado pela organização Women In Nuclear (WiN) Brasil.

As iniciativas do “Stand up for nuclear” na América Latina estão sendo todas coordenadas por mulheres. “Oportunidade de fortalecer seu papel imprescindível na Ciência e Tecnologia como líderes, produtoras do saber e comunicadoras científicas”, afirma Danila.

Imagem: Stand Up for Nuclear Brazil.

Acompanhe o evento pela Redes Sociais: