Faculdade de Medicina promove aula aberta com um dos fundadores da epidemiologia crítica


01 de julho de 2021 - , , ,


O Programa de Pós-Graduação (PPG) em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG promove, no dia 9 de julho, das 10h às 11h30, a aula aberta “A tríade de uma filosofia, metodologia e práxis críticas em saúde: a epidemiologia crítica no século XXI”, ministrada por um dos fundadores do movimento da Medicina Social e Saúde Coletiva Latino-americana, Jaime Breilh (Universidad Andina Simón Bolívar, do Equador). A ação faz parte da disciplina de Seminários em Saúde Coletiva, do PPG. A transmissão será feita pelo canal da Faculdade de Medicina da UFMG no Youtube.

A palestra fará um balanço histórico sobre a epidemiologia crítica e os eixos do pensamento crítico em saúde vinculado à Medicina Social e Saúde Coletiva na América Latina, como as bases ontológicas e metodológicas, com suas implicações na prática. São esperados alunos de graduação e pós-graduação da área da saúde, docentes e profissionais de saúde, do Brasil e outros países como Equador e Colômbia.

Jaime Breilh é médico epidemiologista, professor e diretor do Centro de Investigación y Laboratorios de Evaluación de Impactos en la Salud Colectiva (Cilab Salud) da Universidad Andina Simón Bolívar, no Equador. A professora Elis Mina Seraya Borde, do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG, felicita a participação de Breilh, que é uma referência no setor. “Ele é internacionalmente reconhecido pelo seu trabalho na área e tem papel destacado em temas como a relação de trabalho e saúde, a determinação social dos processos de saúde-doença e impactos na saúde dos extrativismos, como a mineração e o agronegócio”, afirma.

Com obras em três idiomas, clássicos da área, o professor teve um livro publicado este ano pela Oxford University Press. Segundo a professora Elis Borde, o livro tem um papel fundamental na divulgação internacional do pensamento crítico latinoamericano em saúde e na consolidação de diálogos internacionais horizontais e construtivos.

O professor Breilh partiu de análises marxistas para entender os padrões das desigualdades em saúde, abordando as relações de trabalho e as estruturas de poder nos países da periferia capitalista. “Ao longo dos anos, foi expandindo o marco teórico a partir de diálogos com o pensamento crítico de outras disciplinas e movimentos sociais, especialmente as lutas dos povos indígenas andinos. Mais recentemente, tem trabalhado sobre os impactos dos extrativismos na América Latina e sua incompatibilidade com a saúde e o bem-estar da população”, explica Borde.

Neste sentido, o Cilab Salud é um dos poucos laboratórios na América Latina com ferramentas necessárias para analisar impactos do uso de agrotóxicos na saúde da população.

Epidemiologia crítica

A epidemiologia crítica é um braço do movimento da medicina social e coletiva, mais conhecida no Brasil como saúde coletiva, que se consolidou na reforma sanitária. É um movimento científico e político, que surgiu nos anos 1970 e se desenvolveu em diversos países da América Latina desde então. 

O professor Jaime Breilh marcou a epidemiologia crítica com seus trabalhos e parte de análise crítica dos fundamentos da epidemiologia clássica, apontando as contradições e limitações do pensamento linear, e de conceitos chave como o do risco e da causalidade.

Seminários em Saúde Coletiva

Os Seminários em Saúde Coletiva trazem debates e reflexões de diversos pesquisadores nacionais e internacionais sobre o campo da saúde coletiva. A disciplina faz parte da formação do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública.

Outras edições já foram transmitidas pelo canal da Faculdade de Medicina da UFMG

Segundo a professora Elis Borde, com a palestra do professor Breilh, a ideia é promover um diálogo latino-americano para assim fortalecer o campo da saúde coletiva, contribuir com a formação no PPG e trazer reflexões para pensar e desafiar o campo da Saúde Coletiva neste momento de tantos desafios.

Assista: