Festival de Verão 2017 abre inscrições nesta terça para nove oficinas


08 de fevereiro de 2017


Bloco carnavalesco Angola Janga vai comandar a festa de encerramento no Conservatório UFMG. Foto: Ismael dos Anjos

De 20 a 23 de fevereiro, os três principais equipamentos culturais da UFMG na região Centro-sul de Belo Horizonte vão sediar o 11º Festival de Verão. O evento vai contar com nove oficinas, cujas inscrições começam nesta terça-feira, dia 7, cinco palestras e várias atrações culturais – shows, performances, exposições, entre outros, e um espetáculo teatral. Além disso, a festa de encerramento contará com bloco carnavalesco, no dia 23, a partir das 19h, no Conservatório.

Oficinas de dança, canto, teatro, culinária, criação literária, entre outros temas, traduzem a diversidade de possibilidades engendradas pelo tema desta edição, Universos (In)visíveis, na avaliação da diretora de Ação Cultural da UFMG, Leda Maria Martins. “Teremos um Festival enxuto, leve e rico”, resume. A Diretoria de Ação Cultural (DAC) é responsável pela organização do evento.

Um exemplo é a oficina Dança para todos, na qual serão trabalhados o binômio limitação/superação, por meio da dança experimental, a percepção corporal, a criatividade e a espontaneidade. Com a oficina, “espera-se gerar o questionamento acerca das nossas limitações e potencialidades”, explica-se na sinopse da atividade. Deficientes, familiares e profissionais da arte, saúde e educação, entre outros, compõem o público-alvo da oficina.

Apesar de neste ano não ter havido inscrição prévia para pessoas que demandam recursos extras de acessibilidade, a organização do evento buscará oferecer esses recursos de acordo com a demanda dos participantes. “Se algum participante tiver necessidade de que haja tradução em Libras, por exemplo, ele pode solicitar o serviço à organização do evento: a Universidade tem como oferecê-lo pelo Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI)”, exemplifica a professora Denise Pedron, diretora adjunta de Ação Cultural.

Outro exemplo dessa diversidade é a oficina A visão dos invisíveis, em que serão distribuídas máquinas fotográficas a moradores de rua para que eles registrem o modo como enxergam e se relacionam com a cidade. E a oficina Arte narrativa na construção da própria história, em que uma contadora de histórias e especialista no uso terapêutico e psicopedagógico da arte vai ensinar o participante a narrar a história da própria vida, em um processo de tomada de consciência de si mesmo.

No Festival de Verão, apenas as oficinas de iniciação são pagas (R$ 20 por atividade) e demandam inscrições. Gratuitas, as outras atividades têm classificação etária livre – exceto o espetáculo teatral #Cortiço, cuja classificação é 12 anos. A participação nas atividades fica limitada à capacidade dos seus espaços de realização.

Inscrições
As matrículas nas oficinas poderão ser feitas até o início da cada atividade, ou até se esgotarem as vagas, no site da Fundep, ou pessoalmente, no posto que a Fundação mantém na Praça de Serviços do campus Pampulha. O atendimento ocorre das 8h às 12h e das 13h às 17h. O telefone da Fundep é o (31) 3409-4220.

Para alunos assistidos pela UFMG nos níveis I, II ou III, são disponibilizadas vagas com isenção da taxa de inscrição. O aluno interessado deve escrever para o e-mail festivalveraoufmg@gmail.com até o dia 9, quinta-feira, informando a oficina de interesse e anexando declaração, emitida pela Fundação Universitária Mendes Pimentel (Fump), com o nível de classificação socioeconômica, além de cópias da identidade e do CPF. O aluno poderá indicar duas opções de oficina no mesmo e-mail. A ocupação das vagas se dará pela ordem de chegada das mensagens.

Se não forem preenchidas por alunos assistidos pela Universidade, essas vagas serão novamente disponibilizadas para o público amplo.

Tornar visível
A abertura do Festival será realizada no Conservatório, no dia 20, e contará com uma performance teatral e um show musical. Às 19h, a mestre de cerimônias “Marta Goldistimiti” vai receber o público para se revelar “uma apresentadora de TV decadente, afastada das câmeras e dos holofotes, mas cheia de humor”, como descreve a sinopse do espetáculo. A seguir, às 20h, a cantora Mariana Arruda [acima, na foto de Tati Motta] apresenta repertório com canções de Chico Buarque.

Com o tema Universos (In)visíveis, o evento põe em discussão o binômio visibilidade/invisibilidade e chama atenção para aspectos da realidade que, mesmo ao alcance dos nossos olhos, parecem invisíveis. “O tema surgiu de conversas sobre como a própria Universidade é muitas vezes invisível dentro da cidade, ainda que faça parte dela. A partir daí, a discussão se expandiu para as tantas realidades que não são visíveis como deveriam ser
e para a forma como a vida social treina o nosso olhar para enxergar algumas coisas e não outras”, explica o professor Juarez Guimarães Dias, coordenador geral desta edição.

Sintonizada com essa temática, a programação traz à baila discussões sobre questões de gênero – machismo, sexismo e homofobia – e religiosas, como o preconceito em relação a religiões de matrizes africanas. Também serão discutidos temas como o racismo e os direitos das populações em situação de rua, entre outros que se submetem ao binômio visibilidade/invisibilidade. “Trata-se de mote muito instigante, que chama atenção para a questão da percepção e dá margem a muita criatividade”, defende Leda Maria Martins.

“Por meio dele, é possível pensar questões caras à arte contemporânea, como a presença e a ausência, o dito e o não dito, o visível e o invisível, mas não em um sentido de oposição, e sim de simultaneidade. Aqui, estamos falando do que está e do que não está simultaneamente: aquilo que, de alguma forma, se faz transparente aos nossos olhos, sem se revelar”, diz a diretora de Ação Cultural.

Palestras
Outro destaque da edição é o ciclo de palestras. A expectativa é de que a atividade repita o sucesso da edição anterior. “No ano passado, tivemos um público expressivo. Desta vez, teremos não somente palestras relacionadas às áreas cultural, social e humanista, como também outras com viés científico, que atraem bastante público”, lembra Denise Pedron. Entre os temas tratados nessas atividades, estão a tradição do Reinado, a tríade dengue-zika-chikungunya, a exclusão sanitária das populações rurais e a cultura das periferias brasileiras [ao lado, em foto da equipe de campo do Programa Nacional de Saneamento Rural PNSR].

As palestras ainda vão tratar de “exemplos de falas afirmativas do sujeito mulher-negra em suas construções do poder-dizer” e o modo de funcionamento das redes sociais em seus “bastidores”, como explica a escritora, professora e pesquisadora Conceição Evaristo na sinopse de sua comunicação. Nesta comunicação, a professora Joana Ziller, do Departamento de Comunicação Social da UFMG, vai explicar como os algoritmos provocam o silenciamento de certas narrativas por outras.

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Endereços
Centro Cultural: Avenida Santos Dumont, 174, Centro
Conservatório: Avenida Afonso Pena, 1.534, Centro
Espaço do Conhecimento: Praça da Liberdade, 700