Formação de pesquisadores não para durante pandemia

Programas de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina atuam de forma remota durante o período de isolamento social


13 de maio de 2020 - ,


Print da banca de doutorado de Danielle Pimenta. Imagem: PPG em Ciências Aplicadas à Cirurgia e à Oftalmologia da Faculdade de Medicina da UFMG.

O isolamento social causado pela pandemia de covid-19 alterou a rotina dos pós-graduandos, mas não parou a formação de novos pesquisadores. Respeitando o distanciamento social orientado pela UFMG, autoridades de saúde e organismos internacionais, os Programas de Pós-Graduação (PPG) da Faculdade de Medicina da UFMG vêm atuando de forma remota durante esse período. 

Um exemplo disso, Danielle Pimenta – aluna do PPG em Ciências Aplicadas à Cirurgia e à Oftalmologia que defendeu sua tese de doutorado no dia 29 de abril – vê a formação à distância como desafiadora, mas a situação superou sua expectativas. “Eu me senti mais tensa pela inexperiência com esse novo modelo. Já estava preparada para a defesa na forma usual, que foi cancelada na semana”, conta.

A tese de Danielle que foi defendida à distância é intitulada “Efeito da infiltração periocular da toxina botulínica sobre a pressão intraocular medida com tonômetro transpalpebral em pacientes com espasmo hemifacial moderado e grave”. 

Para os professores, a experiência também é nova. Professor do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina, Sebastião Cronemberger comandou pela primeira vez de casa a defesa de um doutorado na banca de Danielle. Para o professor, as bancas a distância são vantajosas por ter mais conforto, segurança, ganho de tempo, economia e maior flexibilidade de agendamento para os examinadores e examinado. “Não necessitam sair de casa, enfrentar trânsito, intempéries, etc. A única desvantagem é a falta de contato presencial”, opina. 

Apesar da novidade, Cronemberger não encontrou dificuldades no uso das ferramentas. Previamente, o professor treinou com a aluna, que por sua vez conferiu com todos os examinadores a funcionalidade da mídia que foi utilizada. “Em resumo, se todos colaboram, não vejo dificuldades na realização dessa nova maneira de defesa de tese”, comenta Cronemberger. 

Para conferir as defesas de mestrado e doutorado da Faculdade de Medicina, acesse a página de Teses e Dissertações.

Tecnologia: solução x desafio

Apesar da distância, as bancas onlines conseguem abrigar mais de 75 pessoas, número superior a de alguns auditórios e salas de aula. Para quem é de outra cidade ou estado, ainda existe a questão da economia de custos. As soluções, porém, vêm acompanhadas de desafios, como o imprevisto de perda de sinal que aconteceu na defesa de Danielle. “Infelizmente, um dos professores, apesar do teste inicial, não conseguiu visualizar a aula apresentada. Fizemos o improviso de colocá-la visualizando via celular e ouvindo pela plataforma”, relatou.

Tanto secretarias quanto coordenações dos PPG estão trabalhando para dar prosseguimento às apresentações de trabalho final de seus discentes, nos níveis de mestrado e doutorado. “O PPG está realizando as defesas em sistema totalmente online (via conferência web), à distância, com grande êxito. Os desafios da pandemia frente à sociedade exigem adaptações de todos para a nova realidade, demonstrando assim a capacidade de superação e engajamento do PPG com o propósito de sua existência”, afirma Lucas Andrade Ferreira, servidor da Faculdade de Medicina que trabalha no PPG.

No momento em que a ciência está em evidência, o professor Sebastião Cronemberger entende que essa colaboração das universidades para o desenvolvimento humano não pode parar: 

“É extremamente importante que a formação de novos pesquisadores não pare, pois isso significaria parar o desenvolvimento humano e, particularmente, de uma nação, em todos os aspectos: educacional, social, técnico, econômico, etc”.