Gagueira: causas, sintomas e tratamentos
No Brasil existem cerca de 10 milhões de pessoas que gaguejam, sendo 2 milhões de forma crônica.
09 de maio de 2024 - Fonoaudiologia, Gagueira, saúde com ciência
* Alexandre Temponi
A gagueira é um transtorno da fluência com início na infância, e caracteriza-se pela repetição de palavras, sílabas ou sons, fazendo com que a fluência da fala não siga um padrão de velocidade, continuidade e suavidade. O diagnóstico da gagueira é feito por um fonoaudiólogo com expertise no assunto, que vai analisar toda a parte da fluência da fala e outras interferências na pessoa.
Segundo a professora do Departamento de Fonoaudiologia da UFMG e convidada do Saúde com Ciência, Denise Brandão O. Britto, as causas da gagueira ainda não são totalmente conhecidas, e se trabalha com uma origem neurobiológica e genética. Além disso, fatores ambientais e emocionais também podem afetam a fluência da fala. Outros distúrbios de fala, como a taquilalia (velocidade elevada da fala que prejudica a compreensão) e a taquifemia (disturbio de fluência irregular da fala) possuem origem similares à da gagueira.
A professora Denise Brandão afirma que o tratamento para a gagueira é o acompanhamento fonoaudiológico. A intervenção é feita a partir da sintomatologia do paciente, não havendo exercícios recomendados para todas as pessoas que gaguejam. Também são trabalhadas estratégias para promover a fluência do paciente, como a conscientização da gagueira e a dessensibilização, para diminuir as emoções que são exacerbadas pela gagueira, além de ajudar a modelagem da fluência. Outros problemas relacionados a gagueira, como a ansiedade, devem ser tratados, pois muitas vezes podem ser consequência do distúrbio.
Infância e vida adulta
“A gagueira atinge 5% de toda população mundial, porém somente 1% persiste na vida adulta. Isto acontece porque 80% das crianças tem gagueira recuperável, ou seja, elas possuem um recuperação espontânea da gagueira, independente de tratamento ou não. Por isso a diferença entre os 5% da infância e 1% na vida adulta”.
Professora Denise Brandão O. Britto
A professora enfatiza que é de suma importância começar a realização do tratamento durante a infância, pois é mais fácil trabalhar a aceitação da condição e a promoção de fluência devido a capacidade de aprendizado muito maior durante a infância. Além disso, pessoas que não realizam o tratamento durante a infância possuem a chance de desenvolver uma gagueira mais grave. Porém, o tratamento da gagueira durante a vida adulta não deve ser descartado e é, sim, muito pertinente.
Saúde com ciência
No programa de rádio Saúde com Ciência desta semana, vamos conversar sobre gagueira. Iremos explicar as causas, os sintomas e o tratamento do distúrbio. Além disso, iremos conversar sobre a relação da gagueira com a infância e a vida adulta.
O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.
* Alexandre Temponi – estagiário de Jornalismo
Edição: Alexandre Bueno