Gestão e pesquisa em hospitais universitários


04 de setembro de 2014


Luciana Gouveia apresentou o modelo de gestão do HC-UFMG

Luciana de Gouvêa Viana apresentou o modelo de gestão do HC-UFMG

A apresentação dos modelos de gestão de três hospitais públicos universitários foi tema de mesa-redonda realizada na tarde de ontem, 3 de setembro, na Faculdade de Medicina da UFMG. Representantes do Hospital das Clínicas da UFMG (HC-UFMG), do Hospital Risoleta Tolentino Neves, ambos em Belo Horizonte, e do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, debateram seus planejamentos estratégicos no que tange à docência, pesquisa e assistência.

Referência no município e região Metropolitana de Belo Horizonte e no estado de Minas Gerais em procedimentos de média e alta complexidade, o HC-UFMG segue um modelo de gestão participativa. No processo, o desenvolvimento da empresa é vinculado à participação do indivíduo.

“Não é um céu de brigadeiro. Nós temos vários desafios, mas procuramos usar vários princípios dessa gestão como mentores das nossas ações”, comentou Luciana de Gouvêa Viana, superintendente do HC-UFMG. “Existe um valor institucional que deve ser traduzido nessa gestão participativa”, afirmou.

Valor este traduzido pelos números apresentados por Viana: atualmente, o HC-UFMG conta com mais de 500 leitos e 300 consultórios, além de atuar com 2.316 alunos de graduação por semestre e 502 residentes em diversas áreas da Saúde. Além disso, a instituição oferece sete tipos diferentes de transplantes. Na pesquisa, ela destacou que o HC-UFMG é o coordenador da Rede Nacional de Pesquisa Clínica.

Apesar de todos os motivos de orgulho, Viana acredita que o modelo ainda enfrenta desafios. “Existe sim um contexto com vários problemas e soluções que estão fora da governabilidade do hospital, mas existem outros que estão aqui dentro”, disse. “E é esse o nosso foco: procurar atuar naquilo que está na nossa governabilidade, buscando melhorar sempre”, completou.

Docência e assistência: relação obrigatória
Durante a apresentação do modelo de gestão do Hospital Risoleta Tolentino Neves, o diretor adjunto da instituição, Ricardo Castanheira Pimenta Figueiredo, destacou a obrigatoriedade da relação entre docência e assistência no ensino.

“Nós buscamos a integração absoluta entre a docência e a assistência”, afirmou o diretor adjunto. Segundo ele, todo o corpo clínico da unidade está relacionado com a prática do ensino ou da pesquisa.

Outros pontos destacados por Figueiredo foram as terapias sequenciais, que podem ser orais ou injetáveis, que buscam agilizar a alta dos pacientes; o contato diário e a articulação do hospital com as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) de Belo Horizonte; e as ações direcionadas ao cuidado de idosos.

“Na universidade se ensina porque se pesquisa”
Parafraseando o médico Carlos Chagas Filho, o presidente do Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA), professor Amarílio Vieira de Macedo Neto, apresentou o modelo de gestão da instituição. Considerada uma empresa pública de direito privado, o HCPA valoriza a pesquisa universitária. No ano passado, mais de 300 dissertações foram realizadas por pesquisadores da Unidade.

Segundo Neto, mais de dois mil alunos se articulam dentro da instituição com docentes e clínicos, atuando em 58 especialidades e em procedimentos de alta complexidade. O presidente comentou ainda das práticas inovadoras do HCPA, como a unidade de hemodinâmica, única a atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em toda a região Sul do país; o Programa de Cirurgia Robótica, cujo investimento está estimado em sete milhões de reais; e o sistema de prontuário online, que permite agilidade nas diversas áreas do HCPA.

“A nossa gestão usa muito do tempo e energia na capacitação dos funcionários”, ressaltou Neto. “Nós acreditamos que esse investimento nas pessoas é o que possibilita que as elas nos apresente mais práticas novas e inovadoras”, concluiu.

3º Congresso
A mesa-redonda Modelo de gestão dos hospitais universitários” integra a programação do 3º Congresso Nacional da Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG, que reúne sete conferências, mais de 10 palestras e 40 mesas-redondas em torno do tema “Cenários da Saúde na Contemporaneidade”.

O Congresso vai até 5 de setembro, com atividades de 8h às 18h, diariamente, divididas em oito eixos temáticos. O Congresso conta ainda com programação cultural, com exibição de filmes, exposições, lançamento de livros e apresentações ao longo da programação.

A Secretaria executiva do 3º Congresso Nacional da Faculdade de Medicina da UFMG atende na sala Oswaldo Costa, 21, térreo da Unidade.

Acesse a programação completa.

Acesse a página eletrônica do 3º Congresso Nacional de Saúde.

Mais informações: 3409 9105 ou 3409 8055, ou ainda pelo e-mail 3congresso@medicina.ufmg.br

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