Gestores explicam a importância da integralidade na atenção à Saúde
05 de setembro de 2014
Ao reunir gestores de três diferentes contextos, a mesa-redonda “Atenção secundária e terciária”, realizada na tarde de hoje, 5 de setembro, no 3º Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG, proporcionou debate sobre os desafios de gestão municipal, federal e em hospital universitário. José Eduardo Fogolin, coordenador geral de Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde, ressaltou a importância de discutir o assunto. “Há mudanças acontecendo, não só em relação às políticas públicas. Estamos passando por um momento que talvez seja uma segunda grande reforma sanitária. Digo isso por diversos fatores, e a academia tem um papel fundamental”, opinou.
Sobre os problemas, ele enfatizou o fato do Brasil ter uma diversidade e heterogeneidade muito grande, e que o Ministério da Saúde, em parceria com as secretarias de todo o país, realizam a discussão em diversas regiões, entendendo as especificidades de cada uma. “O que trouxemos aqui é uma discussão de conceito e modernização. Sabemos que o modelo atual já se mostrou ineficiente para atenção especializada. É preciso mudar a atenção básica (APS) para resolutiva. Isso influi, além da promoção e prevenção, no fazer cuidado”, afirmou Fogolin.
A ideia é unânime entre os palestrantes. “A atenção especializada precisa ser qualificada, humanizada e tem que contribuir no cuidado. A APS é organizadora desse cuidado, e o nosso papel é contribuir para sua melhoria e resolutividade”, defendeu a professora Carmen Lúcia Gomes, gestora da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. “Nossa obrigação é contribuir para trabalhar a integralidade do cuidado”, continuou.
José Eduardo também defende essa integralidade, que deve acontecer através de um sistema informatizado que vincule a atenção básica com as especialidades. “O sistema da forma como está organizado não permite, muitas vezes, o diálogo e a troca de informações entre os profissionais da atenção especializada e os de atenção básica. Tem que integralizar os sistemas, e o portal e-SUS está trazendo essa possibilidade”, contou. A partir daí, ele apresentou os avanços, o modelo que está sendo discutido, as propostas e os erros que não devem ser cometidos novamente.
Segundo ele, há um avanço em relação ao cuidado na APS e em relação à urgência, mas ainda ficou um espaço aberto que é justamente na atenção especializada. Além disso, Fogolin apontou outra questão. “Durante um bom tempo a atenção especializada foi centrada no médico”, expôs. Ele esclarece que na reabilitação, por exemplo, é preciso considerar a fisioterapia e outros cuidados. “Isso porque não basta eu, como ortopedista, fazer uma cirurgia de uma fratura se o paciente não fizer uma reabilitação precoce. Se ele não fizer isso, perde todo seu processo de cuidado. Daí o grande desafio de se pensar a atenção especializada”, concluiu.
Na oportunidade, o gerente do Pronto-Socorro do Hospital das Clínicas da UFMG (HC-UFMG) também proferiu sua palestra a respeito do papel do HC-UFMG como hospital universitário nas questões da atenção secundária e terciária. Ao término, os palestrantes debateram com os congressistas sobre a importância das diferentes gestões funcionarem em conjunto.
3º Congresso
O 3º Congresso Nacional da Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG chegou, hoje, ao seu último dia de atividades. A programação reuniu sete conferências, mais de 10 palestras e 40 mesas-redondas, em torno do tema “Cenários da Saúde na Contemporaneidade”, em oito eixos temáticos.
Confira a programação completa.
Acesse a página eletrônica do 3º Congresso Nacional de Saúde.
Mais informações: 3409 9105 ou 3409 8055, ou ainda pelo e-mail 3congresso@medicina.ufmg.br