Glaucoma é doença silenciosa e diagnóstico precoce é fundamental para evitar cegueira
Saúde com Ciência apresenta nova série: “Cegueira: Causas Comuns”
08 de dezembro de 2017
Consultar periodicamente o oftalmologista é única forma de detectar a doença que, em geral, tem progressão lenta e assintomática. Saiba mais no programa de rádio
O glaucoma atinge mais de 900 mil brasileiros, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença, de progressão lenta e muitas vezes assintomática, pode levar à cegueira irreversível se não for devidamente tratada. A visão periférica vai sendo comprometida, mas a pessoa tende a procurar o médico somente quando passa a ter dificuldades de locomoção, ao esbarrar em objetos.
O glaucoma é caracterizado pela lesão do nervo óptico causada pela pressão intraocular elevada. Essa pressão aumenta quando o líquido conhecido como humor aquoso se acumula dentro do olho. “Quando nós examinamos qualquer adulto que tenha a pressão a partir de 20mmHg, a gente já tem que suspeitar que ele seja portador de glaucoma, embora nessa fase ele não sente nada”, afirma o professor do Departamento de Oftalmologia da Faculdade de Medicina da UFMG, Sebastião Cronemberger. Além da pressão intraocular, os exames do campo visual e fundo de olho completam o diagnóstico da doença.
O tipo mais comum é o glaucoma primário de ângulo aberto, que é assintomático, ao contrário do de ângulo fechado, quando há o aumento súbito da pressão intraocular. O outro tipo primário é o congênito, quando a doença se manifesta até o primeiro ano de vida, comprometendo o desenvolvimento da visão da criança. Enquanto os glaucomas primários não têm as causas totalmente esclarecidas, os secundários podem ocorrer por traumas e pelo uso prolongado de corticoides, medicamentos de ação anti-inflamatória e imunossupressora, dentre outros fatores.
Tratamentos
O tratamento é feito, em geral, com o uso de colírios que reduzem a pressão intraocular. Quando ela não é normalizada a partir desses medicamentos, a cirurgia a laser ou convencional podem ser indicadas pelo oftalmologista. “A cirurgia, porém, não é curativa. Nenhum tipo de glaucoma tem cura. Portanto, o paciente deve controlar a pressão intraocular rotineiramente, como fazem as pessoas que têm diabetes e hipertensão arterial”, esclarece Sebastião Cronemberger.
No caso do glaucoma de ângulo fechado, a pessoa sente dor intensa nos olhos, que ficam vermelhos, e na cabeça, além de náuseas e vômito. “É uma emergência médica, pois o olho não suporta uma pressão tão elevada. Essa crise deve ser revertida em até 72 horas, do contrário a pessoa perde a visão”, alerta o professor.
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.
O programa também é veiculado em outras 187 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.
Redação: Warlen Valadares – Edição: Lucas Rodrigues