Helenice Gobbi é a nova professora Titular da Faculdade
Professora foi a primeirada Faculdade a realizar e ser aprovada no concurso para professor Titular que seguiu a nova regulamentação.
03 de março de 2015
A professora Helenice Gobbi do Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal (APM) foi a primeira professora da Faculdade de Medicina da UFMG a realizar e ser aprovada no concurso para professor Titular que seguiu a nova regulamentação. Diferente do que ocorria, as novas normas permitem aos professores associados nível IV, que estejam no cargo há pelo menos dois anos e sejam doutores há pelo menos dez, serem promovido para Titular. “A diferença básica desta promoção é que o professor, de acordo com os critérios, passa a ter o direito ao título e não precisa disputar vaga. Não há um limite de vagas, é por merecimento”, explica o diretor da Faculdade, professor Tarcizo Nunes.
Deliberada em setembro de 2014 pelo Conselho Universitário da UFMG, a resolução complementar estabelece os critérios, quais atividades devem ser feitas e quais etapas devem constituir o concurso. Na Faculdade de Medicina, além dos critérios já mencionados, há a apresentação de um memorial para a banca examinadora que também avalia o currículo atualizado até a data do concurso. “Em meu memorial eu dei relevância para o ensino, pesquisa e a extensão porque atuei nesses três pilares”, conta a professora Helenice, promovida pelo concurso realizado no dia 27 de janeiro de 2015.
“Fico feliz por ter sido ela a participar do primeiro concurso. Já merecia ser titular há muito tempo pela sua dedicação à instituição. Por isso não houve nenhuma dificuldade para que a banca examinadora aprovasse, tanto que tirou nota máxima em tudo”, declara Tarcizo. “Esperamos que a Faculdade faça estas promoções de maneira correta para que tenhamos nas duas categorias de titulares, por promoção ou titular livre, professores que realmente merecem”, continua.
A carreira
Sua ligação com a Faculdade começou desde a sua residência médica em patologia no Hospital das Clínicas da UFMG, o mesmo período no qual foi contratada como professora do Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal. Enquanto lecionava, realizou o mestrado e doutorado. Professora desde 1984, atuou no serviço de mastologia no Hospital das Clínicas da UFMG e montou o serviço de patologia mamária no APM com a concepção de um laboratório. Criou uma área de pesquisa e quando voltou do pós-doutorado nos EUA montou um serviço de consultoria na área.
Ao longo da carreira orientou 30 mestrados, 19 doutorados e mais de 40 bolsistas de iniciação científica, além de orientação de monitores. Publicou 134 trabalhos com mais de 50% em revista indexada internacional e acumula mais de 300 participações em congressos. Helenice também foi a única latino-americana a participar de um comitê da Organização Mundial De Saúde (OMS) para a classificação de tumores de mama. Além do ensino e pesquisa, foi coordenadora do serviço de necropsia por duas vezes, chefe de departamento, coordenadora da residência medica e da pós-graduação e em conjunto a um professor do ICB coolidera o Patologia mamaria Humana e Animal Experimental, grupo de pesquisa do CNPq.
A professora esclarece que, mesmo merecendo, só foi possível se tornar titular com a nova forma de progressão da carreira docente. “Mais que uma vontade, esta era uma forma de finalizar esta ultima etapa por mérito. Com essa mudança, mesmo tendo o direito, os professores precisam ter mérito, ou seja, atuar nos pilares importantes para que seja relevante para a Universidade”, pontuou.
Em continuidade ela faz defesa da universidade com o ensino público de qualidade e da assistência de qualidade que um hospital escola deve realizar. “Pra mim foi uma honra trabalhar na UFMG ao longo desses 31 anos e conseguir neste momento de maturidade conquistar esta posição por mérito da minha produção. Pude honrar ao departamento que tem uma história importante”, disse. “O principal é que formei muitas pessoas, inclusive três dos professores atuais foram meus alunos e eles irão continuar este trabalho que é o mais importante”, concluiu.