Hipertireoidismo é previnível?

No mundo, estima-se que mais de 1,5 bilhão de pessoas possuem algum distúrbio na tireoide.


14 de março de 2025 - , , , ,


* Alexandre Temponi

A glândula tireoide fica localizada na frente do nosso pescoço. Ela é responsável pela produção de hormônios que regulam o metabolismo, o crescimento, o desenvolvimento, o humor, a memória e a concentração. Segundo o professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG e convidado do Saúde com Ciência, Gustavo Penna, os principais distúrbios relacionados a tireoide são o hipotireoidismo, quando a glândula não produz hormônios suficientes; e o hipertireoidismo, quando a glândula produz hormônios em excesso.

Além dessas disfunções, a tireoide também pode ser atingida por nódulos, que são cada vez mais frequentes com o avanço da idade, porém raramente geram sintomas. O professor explica que o diagnóstico do hipo e hipertireoidismo é laboratorial, através do exame de sangue. Desta forma, é possível analisar se existe no paciente uma falta ou excesso de hormônios. Através do exame também é possível definir se o paciente possui doença de Graves ou de Hashimoto, ambas doenças autoimunes que levam a disfunções na tireoide.

Gustavo informa que o hipotireoidismo é marcado pela lentificação do paciente, visto que há uma diminuição em seus batimentos, metabolismo, além de poder ser acompanhada de sonolência e constipação intestinal. Já o hipertireoidismo é o contrário, o paciente fica acelerado, com sintomas como tremor fino das extremidades, taquicardia, emagrecimento e aumento da frequência evacuatória.

Tratamento e prevenção das disfunções tireoidianas

O tratamento do hipotireoidismo é realizado a partir da reposição hormonal. É um tratamento contínuo e para a vida inteira, na maioria dos casos, pois se trata de uma doença crônica. Já no hipertireoidismo, em casos relacionados à doença de Graves, é ministrado um medicamento que inibe a produção dos hormônios tireoidianos, chamado de Metimazol. Outro método de tratamento é o uso do iodo para destruir as células tireoidianas, fazendo com que o paciente evolua para um caso de hipotireoidismo e recebendo o tratamento de reposição hormonal.

“Você deve ter hábitos alimentares saudáveis, praticar exercícios físicos, não fumar e manter hábitos saudáveis. Porém, não existe bem uma prevenção específica, pois tratam-se de doenças autoimunes. Porém, mulheres com idades mais avançadas são mais propensas a desenvolverem estas doenças, ainda mais com histórico familiar”.

Professor Gustavo Penna

Ouça o podcast na íntegra:

Saúde com Ciência

No programa de rádio Saúde com Ciência desta semana, vamos conversar sobre a glândula tireoide. Iremos explicar sua importância e quais os riscos dos distúrbios nessa glândula para nossa saúde. Também abordaremos como são realizados os tratamentos para estes problemas.

O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.

* Alexandre Temponi – estagiário de Jornalismo

Edição: Alexandre Bueno