Informação no combate às hepatites virais
28 de maio de 2010
Projeto de extensão da Faculdade de Medicina promove encontros entre portadores de hepatite viral e profissionais de saúde para debater a doença
“Com essa palestra, eu me senti novamente motivada a continuar o tratamento. Agora vou cuidar mais de mim”, declarou Cristina, paciente do Ambulatório de Hepatites Virais do Hospital das Clínicas (HC) da UFMG, durante o terceiro encontro do Grupo Operativo sobre Hepatites Virais. O evento, orientado pela professora Luciana Diniz Silva (CLM), aconteceu nessa sexta-feira, 28, e busca promover o maior envolvimento dos portadores e da comunidade no tratamento das hepatites virais.
As reuniões acontecem todas as últimas sextas-feiras do mês, na Faculdade de Medicina da UFMG, na sala 257, às 9h da manhã e estão abertas à população interessada, pacientes ou não, sem necessidade de inscrição prévia.
“Nos Grupos Operativos quem dita o rumo das discussões são os próprios pacientes”, afirma Luciana Diniz. A professora acredita que quanto mais envolvidos essas pessoas estiverem na luta contra as doenças, mais eficaz será o resultado. Os Grupos Operativos funcionam em uma sala de aula comum, onde todos sentam em roda e têm total liberdade para perguntar e trocar experiências.
O Ambulatório especializado do HC, atende aproximadamente 3500 pacientes, e participam das reuniões cerca de 30 a 50 pessoas. “Estamos apenas na terceira edição do encontro, que é mensal, e a intenção é ampliar ao máximo o número de participantes”, explica Rosângela Teixeira (CLM) e coordenadora do ambulatório. Segundo ela, “atualmente, cerca de 80% dos portadores de hepatite viral crônica no mundo não sabem que têm a doença. Esse é o nosso principal desafio: vencer a desinformação”.
“Hoje em dia, sabemos que saúde é um problema complexo e o tratamento de qualquer doença deve ser mais do que medicamentoso. Por isso, nossa equipe preza por uma assistência multidisciplinar ativa”, afirma Rosângela Teixeira. O Grupo é vinculado ao Projeto de Extensão Núcleo de Assistência Multidisciplinar em Hepatites Virais e ao Projeto de Pesquisa Qualidade de Vida e Depressão nas Hepatites Virais Crônicas.
São 18 profissionais de diferentes áreas: além das professoras, há dois psiquiatras, um psicólogo, três nutricionistas, um profissional de educação física, dois gastroenterologistas, quatro graduandos de medicina, uma enfermeira e um profissional de apoio técnico.
Durante os encontros, já foram discutidos a história do tratamento da hepatite, os cuidados nutricionais do portador do vírus e o tratamento da doença. Em junho, será explicado o funcionamento do fígado.
Atendimento
Desde 2002, o ambulatório de hepatite do HC está em atividade. “Hoje podemos dizer aos pacientes que, em termos de hepatite, o que se faz aqui é o mesmo que se faz em qualquer outro país de primeiro mundo”, afirma a coordenadora. Para serem atendidas, as pessoas precisam ser encaminhadas pelos Centros de Saúde, nos bairros.