Inspirado no Modernismo, Festival de Inverno da UFMG discute questões urgentes no Brasil

Em sua 53ª edição, evento antecipa celebração do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 para abordar tensões e impasses contemporâneos


19 de julho de 2021 - ,


Uma das marcas históricas do Festival de Inverno da UFMG é a conexão de suas temáticas, debates e das manifestações culturais que abriga com as questões que mobilizam, a cada período, pensadores, escritores e artistas. Neste ano, em que o evento chega à sua 53ª edição – a agenda será aberta no dia 23 e seguirá até 31 de julho –, a programação levanta questões urgentes inspiradas no Modernismo, antecipando a celebração do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922.

O Festival, que em 2021 é guiado pelo tema Escutas e vozes dos Brasis, vai tratar do Brasil contemporâneo em conversas, palestras, oficinas, espetáculos de teatro e música, performances, encontros poéticos e exposição virtual. O objetivo é investigar o Modernismo em sua complexidade, refletindo sobre seus paradoxos e contradições. Nesta edição, a Diretoria de Ação Cultural (DAC) divide a curadoria do evento com o projeto MinasMundo, que se dedica a fazer uma revisão dos sentidos do Modernismo em diferentes linguagens artísticas, intelectuais e políticas, tomando como ponto de partida a viagem dos modernistas a Minas Gerais, em 1924. 

A associação com o MinasMundo – que foi criado em 2020, sob a coordenação de cinco universidades, entre as quais a UFMG – é exaltada pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida. Ela lembra que, desde sua primeira edição, em 1967, o Festival de Inverno contribui para a reflexão sobre os destinos da arte e da cultura em Minas. “O Brasil é cheio de contradições e impasses, e sua riqueza cultural é talvez o nosso maior trunfo e fonte inesgotável de esperança em um futuro melhor. Debater os rumos do país à luz da Semana de 22, evento tão associado à nossa identidade, é um desafio intelectual que muito nos estimula”, afirma. O debate terá início agora e prosseguirá em fevereiro de 2022, durante a 16ª edição do Festival de Verão da UFMG.

O evento foi construído para reunir vozes que revelam a emergência de pensamentos e poéticas diversas. “O Festival resgata o Modernismo com foco nas tensões contemporâneas do Brasil e aposta na necessidade de escutar aqueles que defendem a democracia, a justiça social e a necessária transformação do país, baseada em novos valores e pactos, na busca por outras poéticas, políticas, economias e sociabilidades”, afirma o professor Fernando Mencarelli, diretor de Ação Cultural e organizador do evento, ao lado da professora Mônica Ribeiro.

Mencarelli destaca que a coincidência de celebrações de 2022 – o centenário da Semana e o bicentenário da Independência do Brasil – é um incentivo a que se discuta um novo projeto de país. “Há debates urgentes e muita coisa em disputa neste momento em que emergem pautas ditadas pelo neoconservadorismo e pelo autoritarismo. A UFMG quer participar ativamente desse debate”, ele diz.

Confira a divulgação completa no portal da UFMG (clicando aqui).


(Itamar Rigueira Jr. -Centro de Comunicação da UFMG | Com Assessoria do Festival de Inverno)